Na manhã desta sexta-feira, Suns e Nets se enfrentaram no retorno do NBA China Games após seis anos e muita polêmica
Esta sexta-feira (10) foi um dia histórico para a NBA. Isso porque, depois de seis anos, a liga retornou com os NBA China Games e realizou sua segunda partida na história em Macau. Nesta manhã, o Phoenix Suns venceu o Brooklyn Nets pelo placar de 132 a 127. No entanto, a partida foi apertada e decidida apenas na prorrogação, uma vez que os Suns chegaram a perder por 18 pontos.
Ambas as equipes contaram com seus titulares ao longo dos três primeiros quartos, mas depois deram espaço para os reservas e jogadores buscando uma vaga na NBA. No primeiro tempo, os Nets foram superiores e quase imparáveis no ataque, fazendo 71 a 59 no intervalo. Porém, os Suns voltaram mais ligados com Devin Booker e principalmente na defesa, fazendo 30 a 13 no terceiro quarto e tomando a liderança no placar.
Com os reservas em quadra, a partida foi mais sobre dar minutos aos rookies e veteranos ainda sem contrato garantido. Com isso, a partida ficou na troca de cestas e terminou apenas na prorrogação.
No entanto, Suns e Nets já voltam a se enfrentar já neste domingo (12), novamente na Venetian Arena, em Macau. Assim, será a terceira partida da história realizada por lá. Na primeira, vitória do Orlando Magic contra o Cleveland Cavaliers em 2007, com participação de LeBron James, JJ Redick e Dwight Howard.
Para os Suns, o quinteto titular veio com: Devin Booker, Grayson Allen, Ryan Dunn, Dillan Brooks e Oso Ighodaro. Vale destacar que Jalen Green está se recuperando de um problema muscular na coxa, mas o armador pode entrar em quadra no domingo. Dos titulares que estavam em quadra, destaque para os 18 pontos, 5 assistências e 5 roubos de bola para Devin Booker. O ala-armador dos Suns começou devagar, mas teve ótimo terceiro quarto.
Além disso, destaque também para Dillon Brooks, que foi muito bem no primeiro tempo e terminou com 18 pontos. Porém, o cestinha de Phoenix veio do banco e foi Jordan Goodwin, que anotou 19 pontos em 18 minutos de quadra.
Por outro lado, os Nets começaram com Cam Thomas, Nolan Traore, Terrance Mann, Michael Porter Jr. e Nic Claxton. Entre eles, destaque para os 22 pontos e 6 assistências de Thomas, que chega para a temporada em ano de contrato novamente e demonstrou evolução. Já Porter Jr. anotou 13 pontos e teve bom aproveitamento nos arremessos.
Do banco, os rookies Drake Powell, Ben Saraf e Danny Wolf tiveram sólidas participações, em especial no quarto final e na prorrogação. Já Egor Demin segue fora com uma lesão no pé.
No final da década de 1970, o Washington Bullets (hoje Washington Wizards) viajou à China e disputou partidas amistosas, inclusive contra a seleção chinesa. Na época os Bullets eram uma das melhores equipes da NBA e viagem tinha como objetivo introduzir a liga para parte da população chinesa.
Nos anos 1980, a CCTV, TV estatal chinesa, transmitiu pela primeira vez uma partida da NBA. Mas foi em 1992, com o Dream Team, que a liga conquistou espaço e notoriedade mais consideráveis dentro da China
Em 2002, o Houston Rockets selecionou o gigante Yao Ming na primeira escolha geral do Draft. O pivô de 2,29 metros atuava pelo Shanghai Sharks antes de se juntar à NBA. No entanto, Yao Ming não era apenas mais um jogador ou uma jogada de marketing da liga. Ele atuou em oito temporadas e foi All-Star em todas elas, se tornando um verdadeiro astro na China e nos Estados Unidos.
Asim, Ming foi a ponte que LeBron James citou na última semana, capaz de unir duas nações distantes em todos os sentidos. Tanto que os Rockets continuaram muito próximos do público chinês anos depois do pivô de aposentar.
Outro ponto interessante no meio do caminho foram as Olimpíadas de 2008, que aconteceram em Pequim. Nela, a equipe masculina de basquete dos Estados Unidos levou o “Redeem Team”, com Kobe Bryant, LeBron James, Chris Paul, Dwyane Wade, Dwight Howard e outras lendas. A grande equipe americana se redimiu da derrota em 2004 e marcou em sua passagem pela China.
Em 2019, o general maneger dos Rockets, Daryl Morey (agora no Philadelphia 76ers), publicou no Twitter apoio aos protestos pró-democracia em Hong Kong e, consequentemente contra o governo Chinês (“Lute pela liberdade. Apoie Hong Kong”, publicou o GM). Depois do comissário Adam Silver resolver não punir Daryl Morey, a China basicamente baniu a NBA do país, suspendendo as transmissões e se afastando completamente dos Rockets. Marcas chinesas cancelaram patrocínios e eventos da NBA no país foram cancelados.
Aos poucos, a liga foi reconciliando sua relação com a China. Alguns jogos foram televisionados em 2020, mas apenas em 2022 as transmissões voltaram a acontecer com frequência. Mais do que isso, em outubro serão realizados os dois primeiros jogos da NBA na China desde 2019. Além disso, no Draft de 2025 o Portland Trail Blazers draftou Yang Hansen na primeira rodada. O “Jokic Chinês” foi a sensação do último Draft e promete segundo alguns analistas.
Nesta pré-temporada de 2025, Suns e Nets realizarão dois jogos em Macau como parte desse pregresso. Inclusive, o dono minoritário do Boston Celtics Stanley Ho, natural de Macau, comentou que “Como um morador de Macau, posso dizer que a cidade está agitada como nunca antes, todo mundo viajou para cá para dar uma olhada nos jogadores, para ver as lendas, e acho que todo mundo mal pode esperar para que os jogos realmente aconteçam”.
Ainda não está confirmado o retorno do NBA China Games para 2026.
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