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Copa de Basquete
8 de setembro de 2023 - 21h09

[PRÉVIA] Final da Copa do Mundo de Basquete 2023: Alemanha x Sérvia

Alemanha faz história com primeira final, enquanto Sérvia busca primeiro título da Copa do Mundo como 'Sérvia'

Schroder tem péssimo jogo contra Letônia, mas Alemanha venceAlemanha e Sérvia se enfrentam na final da Copa do Mundo de Basquete 2023 da FIBA neste domingo (10), depois de derrubarem dois grandes favoritos ao títulos em Estados Unidos e Canadá, respectivamente. Os alemães chegam à final do torneio mundial pela primeira vez em sua história, enquanto os sérvios buscam o primeiro ouro no torneio como “Sérvia”, isto é, desde 2006.

Liderada por Dennis Schroder e Franz Wagner, a Alemanha chega à decisão invicta, depois de passarem por grandes seleções da competição, como Austrália, Eslovênia, Letônia e, por último, os EUA. Os alemães têm como melhor campanha na história do torneio mundial, uma medalha de bronze em 2002, sob o comando de Dirk Nowitzki, em somente sete participações em Copas do Mundo, no total.

A Sérvia, comandada por Bogdan Bogdanovic e Nikola Milutinov, e com Svetislav Pesic no banco, teve apenas uma derrota para a Itália, na segunda fase da competição, contando com vitórias importantes sobre República Dominicana, Lituânia e, finalmente, o Canadá na primeira semifinal desta sexta-feira (8). A seleção, que foi prata em 2014 e terminou em quinto no último mundial (2019), tentará seu primeiro ouro como Sérvia. Como Iugoslávia e Sérvia e Montenegro, foram cinco ouros, três pratas e dois bronzes entre 1950 e 2006, nação mais vitoriosa da competição.

Acompanhe aqui a prévia do The Playoffs para a grande final da Copa do Mundo!

ALEMANHA X SÉRVIA: COMO CHEGAM

O time alemão talvez tenha feito a preparação mais desafiadora, em termos de amistosos, antes da Copa do Mundo. O time venceu Suécia, China, Grécia, teve dois encontros com o Canadá e fechou a preparação contra os EUA. Contra os canadenses, uma vitória e uma derrota apertada (na prorrogação) e contra o Team USA, uma derrota por oito pontos, naquele que foi o amistoso mais difícil dos EUA na fase de preparação. Com o entrosado basquete apresentado, a FIBA já colocava os alemães na segunda posição em seu Power Ranking de entrada das seleções para a competição.

Em um grupo com Austrália, Finlândia e Japão (Grupo E), tratado por muitos como o grupo da morte da competição, os alemães encararam um baque logo na estreia. Na tranquila vitória sobre o Japão (81 a 63), o time viu o ala Franz Wagner sair carregado de quadra, depois de torcer o tornozelo esquerdo. Sem Franz, os alemães venceram um jogo chave, apertado, contra a Austrália (85 a 82) e fecharam a primeira fase com um atropelo para cima da decepcionante Finlândia (101 a 75). Ainda sem o ala do Orlando Magic, a Alemanha teve duas vitórias imponentes na segunda fase sobre Geórgia (100 a 73) e Eslovênia (100 a 71) e terminava de se credenciar como uma favorita à briga pelo título.

Na fase eliminatória, os alemães tiveram um de seus jogos mais disputado da trajetória nas quartas de final, contra a sensação Letônia (81 a 79), antes de pegarem a favorita seleção norte-americana nas semifinais. Em novo jogo parelho, a seleção europeia conseguiu impor seu jogo coletivo e de garrafão para vencer novamente apertado (113 a 111) e manter sua invencibilidade.

O incansável novo armador do Toronto Raptors, Dennis Schroder, é o grande líder do time na competição, contribuindo com médias de 17,9 pontos, 6,7 assistências e 1,4 roubo por partida. Ao lado do veterano, o jovem Franz Wagner, ala do Orlando Magic, registra 16,0 pontos e 6,3 rebotes por jogo, nas três partidas em que atuou. Atrás deles, o alas-pivôs Moritz Wagner, com 12,4 pontos, e Daniel Theis, com 12,1 pontos e 5,6 rebotes, também são destaques. Vale ressaltar o gatilho do ala-armador Andreas Obst, do Bayern de Munique, que tem 45,7% de aproveitamento nas bolas de três em cinco tentativas por jogo.

O time sérvio, liderado pelo super experiente e vitorioso técnico Svetislav Pesic, teve que superar diversas ausências importantes, como Nikola Jokic, Nikola Kalinic, Vasilije Micic, Aleksej Pokusevski, Nemanja Nedovic, entre outros, para se preparar para o principal torneio de seleções, ao lado das Olimpíadas. Na fase de preparação, os sérvios venceram Grécia, Porto Rico, China e Brasil, e tiveram uma derrota apertada contra a Itália. Com os desfalques e uma fase de preparação que não encheu aos olhos, os sérvios foram colocados somente na nona posição do Power Ranking de entrada da FIBA.

No Grupo B da competição, ao lado de Porto Rico, Sudão do Sul e China, os sérvios sobraram. A equipes de Pesic bateram os três adversários, nunca por menos do que 17 pontos de diferença: na ordem, China (105 a 63), Porto Rico (94 a 77) e Sudão do Sul (115 a 83) caíram. Na  abertura da segunda fase, a única derrota na competição veio para a Itália (76 a 78), algoz na fase preparatória. Na última rodada, com todos do grupo empatados com três vitórias e uma derrota, a Sérvia precisa vencer para passar e conseguiu se impor contra a surpreendente República Dominicana (112 a 79) para passar em segundo para as quartas de final.

Contra a invicta Lituânia, os sérvios teriam um grande desafio, pela semelhança de estilo de jogo, algo que não se concretizou. O time dos Balcãs dominou os pontos no garrafão e forçou muitos desperdícios do adversário, vencendo com facilidade por 87 a 68. Nas semifinais, encontro com um Canadá recheado de jogadores da NBA, mas com um jogo físico e paciente, também dominado nos rebotes e no garrafão, os sérvios controlaram o jogo e venceram com autoridade por 95 a 86.

Sem Jokic, a liderança da equipe recaiu sobre outro experiente jogador da NBA, Bogdan Bogdanovic. O ala-armador do Atlanta Hawks tem médias de 19,4 pontos, 4,6 assistências e 2,3 roubos, em sete jogos, além de jogadas decisivas ao longo das partidas. Atrás do ala, o pivô Nikola Milutinov é uma força a ser temida. O jogador do Olympiacos tem 13,6 pontos e 9,0 rebotes de média, acertando 71,2% de seus arremessos de quadra. Destaques ainda para Nikola Jovic, ala do Miami Heat, com 10,3 pontos de média, e o experiente armador Stefan Jovic, que contribui com 6,3 pontos e 6,4 assistências por partida, em média.

O CONFRONTO

Bogdanovic e Milutinov lideram Sérvia em vitória sobre o Canadá

A final de domingo deve ser um bom jogo de xadrez. Com quintetos bem definidos para os diversos momentos, ambos os times tiveram números semelhantes ao longo do campeonato, jogando com elencos profundos e de modo coletivo, mas também contando com bons nomes individuais com capacidade para decidir jogos. Talvez no banco, o embate seja desequilibrado para o lado sérvio.

Svetislav Pesic é o mais experiente da competição, com 74 anos de idade, sendo 41 dedicados a treinar times de basquete. O sérvio foi campeão da Euro Liga como jogador e técnico, além de ter vencido campeonatos alemães, espanhóis e uma Eurocopa, sendo responsável por uma verdadeira revolução no próprio basquete alemão, em suas passagens por Alba Berlim e Bayern de Munique. A seleção sérvia tem um jogo físico, disciplinadamente tático muito característico, conseguindo ditar o ritmo das partidas com facilidade.

Do outro lado, Gordon Herbert não é um novato (29 anos de experiência), mas tem um currículo bem menos expressivo, ainda que conta com uma Eurocopa com o Frankfurt em 2016. Definitivamente, o time alemão foi um dos melhores, senão o melhor até aqui, e muito da campanha histórica fica na conta do técnico, que construiu um time extremamente entrosado e coletivo, apesar dos atritos com o principal jogador da equipe, Schroder, ter vindo à tona na partida contra a Eslovênia.

Em termos de distribuir o jogo e cuidar da bola, Alemanha e Sérvia são, basicamente, as duas melhores seleções do campeonato. Os alemães têm média de 23,9 assistências por jogo (quinto do campeonato) e somente 10,1 desperdícios (segundo menor do torneio), resultando em uma relação assistência por desperdício de excelentes 2,4, melhor taxa do torneio, empatados com, adivinhem, a Sérvia. Os sérvios têm médias de 25,0 assistências (segundo) e 10,3 desperdícios (terceiro).

Por trás desses números, os armadores Schroder e Stefan Jovic farão uma batalha interessante. Ambos são top 10 em média de assistências no campeonato e possuem altas taxas de assistência por desperdício, sendo 3,4 para Schroder e 4,5 para Jovic. O alemão é o líder em minutos, pontos, assistências e roubos de bola, enquanto o sérvio tem menos protagonismo na pontuação e mais foco na distribuição do jogo, dividindo bem a função de armação com Aleksa Avramovic. Mais altos e fortes do que Schroder, sem perder a agilidade, o sérvios deverão fornecer grandes dificuldades para o armador. Maodo Lo, armador alemão reserva, é mais físico que Schroder e pode ter um maior papel no jogo final.

Característica ofensiva que segue crescendo no basquete, o arremesso de três é um diferencial para o time alemão. Com 31,0 tentativas por jogo, os alemães foram o sexto time que mais tentou bolas de três no torneio, com bons 38,7% de aproveitamento. Destaque da vitória sobre os EUA, Obst tem 45,7% de aproveitamento em 5,0 tentativas e Lo 43,8% em 4,6 chutes. O destaque negativo fica por conta de Franz Wagner, que arremessa 6,7 bolas por jogo, sob uma taxa de conversão de 25%. Com praticamente a mesma taxa de conversão (38,8%), os sérvios arremessam quase cinco bolas a menos por partida (26,1), mas tem em seu disparado principal arremessador, Bogdanovic, um nome muito confiável no torneio (40,4% em 6,7 tentativas).

Se não vem da linha dos três, só sobram os arremessos de dois para os sérvios, segundo ataque que mais pontuou na competição (97,7 pontos por jogo), e mais perto da cesta, eles dominaram. A Sérvia tentou uma média de 36,1 arremessos de dois por partida e teve a melhor taxa de conversão do torneio, com incríveis 68,4%. Para ter ideia, a França, segunda colocada em aproveitamento, teve 63,9%, enquanto a Alemanha tem até aqui 62,3%, suficiente para a quarta posição. Do lado sérvio, o jogo de garrafão de Milutinov tem sido extremamente dominante. O pivô não arremessa de três (zero bolas no torneio), mas tem um arsenal próximo à cesta invejável, acertando 71,2% de suas 7,4 tentativas por partida. Parar o pivô de 2,13 m não será fácil, mas caberá a Johannes Voigtmann e Mo Wagner revezarem na tarefa.

Uma das grandes disputas do jogo, talvez a maior delas, deverá ficar por conta do duelo entre dois dos melhores alas-armadores da competição: Bogdanovic e Franz Wagner. Por mais que eles não devam se encontrar com frequência, sairão das mãos deles um grande volume de arremessos. Franz tem sofrido com as bolas de três, mas tem aproveitado seu tamanho e agilidade nas infiltrações e conta com um bom aproveitamento nos lances livres (81,8%), sendo o segundo que mais vai pra linha de caridade no time alemão. Do outro lado, Bog vem em um grande campeonato, em todos os aspectos ofensivos do jogo. Passará por limitar o jogo deles o sucesso de uma equipe ou outra.

RETROSPECTO

Franz Wagner é dúvida para segunda fase da Alemanha na Copa do Mundo

A partida mais recente entre as duas seleções ocorreu em 20 de agosto de 2022, válida pela DBB Supercup 2022, torneio amistoso na Alemanha entre as duas fases das eliminatórias europeias para a Copa do Mundo. Apesar dos times bem distintos dos convocados para a disputa do atual torneio mundial, os sérvios massacraram os alemães por 27 pontos de diferença (83 a 56).

Para o torneio, que teve Itália e República Tcheca também, a Sérvia contou com Jokic, Kalinic e Micic, dentre outros, todos desfalques sentidos para a Copa do Mundo, mas por outro lado, não teve Bogdanovic, Jovic, nem Stefan Jovic, importante na atual campanha. Pelo lado alemão, Schroder, Mo Wagner e Theis não atuaram.

Mesmo jogando em Hamburgo, os sérvios se impuseram desde o primeiro quarto (24 a 13), matando a partida no terceiro período, quando venceram a parcial por 27 a 10 e colocaram 65 a 41 no placar, na entrada para o período derradeiro. Atuando por pouco mais de 16 minutos, Jokic teve 22 pontos em 10/11 arremessos de quadra, enquanto Franz Wagner, destaque da atual seleção, contribuiu com somente cinco pontos (2/10 nos arremessos de quadra).

PALPITE: SÉRVIA CAMPEÃ

Os jogadores em quadra possuem um equilíbrio impressionante, com forças em todas as partes da quadra e um jogo coletivo de dar inveja. Dado tanto equilíbrio pelo que mostraram, acho que o trabalho dos técnicos pode ser o fator decisivo para a sorte de uma das duas seleções sobre a outra.

Assim, confio em Pesic armar uma melhor estratégia para limitar os jogos de Schroder, Franz Wagner e Theis, em comparação ao que Herbert conseguirá fazer sobre Bogdanovic, Jovic e Milutinov. Ainda assim, o jogo deverá ser equilibrado até a reta final e, nessa situação, também pendo a acreditar que os jogadores decisivos da Sérvia, como Bog e Milutinov, possuem mais condições de serem o fator de desequilíbrio.

(Fotos: Reprodução / FIBA.com)

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