Astro japonês recebeu 393 votos de 394 possíveis; ex-arremessador dos Yankees entrou na primeira tentativa, enquanto ex-closer foi eleito no último ano elegível
Ichiro Suzuki, CC Sabathia e Billy Wagner são os novos eleitos para o Hall da Fama do beisebol, anunciou a MLB na noite desta terça-feira (21).
Suzuki se tornou o primeiro jogador japonês imortalizado na MLB ao receber 393 de 394 votos possíveis da Associação de Escritores de Beisebol da América. Com 99,746%, o ex-jogador teve a terceira maior porcentagem da história, atrás apenas de Mariano Rivera, único com 100%, e Derek Jeter, que em 2020 teve 396 de 397 votos (99,748).
“Acho que ninguém neste mundo pensou que eu seria um Hall da Fama. Como jogador de beisebol esta é a maior honra que você pode alcançar”, disse Suzuki.
Sobretudo, o japonês iniciou a carreira na MLB aos 27 anos, em 2001. Ao todo teve 3.089 rebatidas, sendo 2.542 como jogador do Seattle Mariners.
Como calouro já mostrou que seria uma estrela ao vencer o Calouro do Ano e o MVP da Liga Americana. O ápice da carreira de Suzuki foi 2004, quando ele terminou a temporada rebatendo 37,2% (262 rebatidas), quebrando a marca de George Sisler em 1920.
“Ichiro é realmente único”, disse o presidente dos Mariners, Jerry Dipoto, em um comunicado. “Seu comprometimento, ética de trabalho lendária, resistência física, resistência mental, atenção aos detalhes e paixão pelo jogo estão todos em um nível diferente.”
A franquia confirmou nesta terça que no dia 9 de agosto aposentará o número 51 de Ichiro Suzuki. Ele será o terceiro jogador dos Mariners com esta honra, se juntando a Ken Griffey Jr. e Edgar Martinez.
Na estrelar carreira, ele foi bicampeão de rebatidas da AL, dez vezes All-Star e Gold Glove. Assim, encerrou a carreira com média de rebatidas de 31,1% com 117 home runs, 780 RBIs e 509 bases roubadas entre Mariners, New York Yankees e Miami Marlins.
Outro nome eleito para o Hall da Fama é o arremessador CC Sabathia. Ele também iniciou a carreira em 2001, ficando atrás apenas de Ichiro na disputa pelo prêmio de Calouro do Ano. No futuro aturam juntos por duas temporadas nos Yankees.
“É muito legal ser um calouro naquele mesmo ano em 2001, batalhar [com Ichiro] por tantos anos, eventualmente ser um companheiro de equipe dele”, disse Sabathia. “É emocionante. Quando você está perto dele, sabe que está na presença de um membro do Hall da Fama.”
Sabathia encerrou a carreira com 251 vitórias e 161 derrotas e com uma ERA de 3,74. Sua eleição também aconteceu em seu primeiro ano elegível. O arremessador obteve 86,8% dos votos. Ele foi o vencedor do Cy Young de 2007 da AL enquanto ainda atuava no Cleveland Indians. Dois anos depois venceu a World Series com os Yankees. Ainda foi selecionado seis vezes para o All-Star em 19 temporadas, que incluíram uma passagem no Milwaukee Brewers.
Além disso, outro feito de Sabathia é ser um dos 19 jogadores que passaram dos 3.000 strikeouts. Seus 3.093 SO o colocam em terceiro entre os canhotos nessa lista, atrás de Randy Johnson e Steve Carlton.
Ele disse que sua placa no Hall terá um boné dos Yankees. “A primeira vez que entrei na sala de placas, quase chorei”, disse Sabathia sobre a primeira vez que entrou no corredor de Cooperstown, no qual sua imagem estará permanentemente. “Eu não tinha ideia. Acho que os jogadores atuais deveriam entrar para o Hall da Fama. É tão inspirador”, completou.
Fechando a lista, Billy Wagner foi um closer de sucesso na MLB ao terminar a carreira com 422 saves, sendo 225 como jogador do Houston Astros.
Esse ano era sua décima aparição e última como elegível para entrar no Hall da Fama na votação da BBWAA. Ele teve 82,5% dos votos.
Sete vezes All-Star, Wagner, inclusive, se tornou o nono arremessador de bullpen a ser imortalizado, sendo o primeiro canhoto. Hoyt Wilhelm, Rollie Fingers, Dennis Eckersley, Bruce Sutter, Goose Gossage, Trevor Hoffman, Lee Smith e Mariano Rivera são os outros eleitos para o Hall da Fama.
Sobretudo, Wagner teve 47 vitórias e 40 derrotas com uma ERA de 2,31 para os Astros (1995-2003), Philadelphia Phillies (2004-05), New York Mets (2006-09), Boston Red Sox (2009) e Atlanta Braves (2010).
“Tudo o que consegui fazer foi uma bênção”, disse Wagner. “Essas são coisas significativas, então você carrega muito disso nas costas.”
Wagner também lembrou da espera de uma década para conseguir enfim ser eleito para o Hall da Fama. “Não foram dez anos fáceis. […] Eu não tive nenhum blow save nos últimos dez anos, talvez isso tenha influenciado na minha entrada,” brincou o ex-closer.
Os três eleitos se juntarão a Dick Allen e Dave Parker, que foram selecionados pelo Comitê da Era do Beisebol Contemporâneo em dezembro, para serem homenageados na cerimônia de posse em 27 de julho no Clark Sports Center em Cooperstown, Nova York.
O primeiro da lista deste ano que não foi eleito foi o outfielder Carlos Beltran. Ele, aliás, fez 70,3% dos votos, abaixo do limite de 75% necessário para a eleição.
Por fim, Carlos González, Curtis Granderson, Adam Jones, Ian Kinsler, Russell Martin, Brian McCann, Hanley Ramírez, Fernando Rodney, Troy Tulowitzki e Ben Zobrist serão retirados da próxima votação após receberem menos de 5%.