(Foto: Benny Sieu - Imagn Images)

NBA: o Milwaukee Bucks entra na briga pelo título após deixar a má fase?

Título da Copa NBA e sequência de 13 vitórias nos últimos 16 jogos reanimam franquia após início lento

(Foto: Benny Sieu - Imagn Images)

O Milwaukee Bucks se sagrou campeão da Copa NBA. A franquia bateu o Oklahoma City Thunder por 97 a 81, em Las Vegas, na última terça-feira (17). Além de levantar a taça da segunda edição do torneio, a franquia confirmou que o seu péssimo começo de temporada já é passado.

O time do Wiscosin começou o campeonato com apenas duas vitórias em dez partidas, mesmo contando duas grandes estrelas em Giannis Antetoukounmpo e Damian Lillard. Os números aumentaram a pressão sobre Doc Rivers e sua comissão técnica, tendo em vista que o retrospecto não é positivo para recordes semelhantes.

Apenas três times que iniciaram sua campanha em 1-6 ou pior alcançaram os playoffs nos últimos 25 anos. O New Orleans Pelicans de 2021-22, o Chicago Bulls de 2004-05 e o Miami Heat de 2003-04). A ascensão do Cleveland Cavaliers e New York Knicks no Leste e as imponentes performances do Boston Celtics tiraram os holofotes de Milwaukee como um possível candidato a representante do Leste nas finais de 2024-25.

Ao que parece, os Bucks conseguiram reverter a má fase. Por outro lado, será que a remontada já é suficiente para o time voltar a assumir protagonismo na briga pelo título?

O que começou errado?

Milwaukee teve seu momento de baixa nos dez primeiros jogos do campeonato, em que a franquia registrou a 19ª pior marca em pontos por jogo (110,6) mesmo com Giannis tendo incríveis médias de 31,6 pontos (melhor da liga), 12,8 rebotes (quarta melhor) e 5,2 assistências no período.

A equipe sofria ao movimentar a bola durante os jogos, tendo uma taxa de assistências de 16,3 (quarta pior da NBA) e 1,56 assistência por turnover (oitava pior). Eles foram a sétima equipe que menos realizou passes, com uma média de 275 e 21,5 assistências por duelo.

O armador Damian Lillard abriu a temporada com médias de 26 pontos e 6,6 assistências, mas não teve início quente no perímetro. Ele converteu apenas 34,8% dos chutes à distância tentados, marca que seria a terceira pior de sua carreira.

O baixo desempenho de ‘’Dame’’ nas bolas triplas se refletiu para todo o time. Nomes que normalmente produzem bem do setor, como Brook Lopez, Pat Connaughton e o recém-chegado Gary Trent Jr. também não estavam bem, o que levou o Milwaukee Bucks a se tornar a 12º equipe que menos chutou de três pontos durante o período, com 35,4 tentativas por jogo.

Defensivamente, o time se destacava por conseguir conter jogadas dentro do garrafão, mas pecava na defesa do perímetro. Eles foram o quarto pior grupo no quesito durante o período analisado, cedendo 37,3% dos arremessos com 41 tentativas por jogo.

A virada de chave

Tudo mudou depois que o Milwaukee Bucks foi derrotado pelo Boston Celtics no dia 10 de novembro. A franquia engatou uma sequência com 13 vitórias nos 16 jogos seguintes, saindo da parte de baixo da tabela do Leste para assumir a quinta colocação com 14 vitórias e 11 derrotas.

Os setores que antes prejudicavam o desempenho do time apresentaram uma melhora substancial. A taxa de assists evoluiu para 18,8 com 1,8 assistências por turnovers, valores que impulsionaram um salto na produção ofensiva para 114,6 pontos por jogo.

Lillard voltou a ser uma poderosa arma nas bolas triplas, passando a converter 37,2% dos arremessos tentados. Ele também elevou sua média de assistências para 8,2, enquanto ainda entregou 24,6 pontos por partida.

Trent Jr. e Lopez também ajustaram sua mira, passando a converter 46,8% e 40,5% de seus chutes para três, respectivamente. O pivô subiu para uma média de 12,3 pontos por jogo, enquanto o ala-armador teve 9,8.

Defensivamente, os Bucks tiveram a nona melhor defesa do período, sofrendo apenas 109,6 pontos por jogo com um rating defensivo de 110,3. A unidade ainda passou a ceder 35,5% de aproveitamento do perímetro e 44,1% em quadra para seus adversários.

Outro fator importante a ser considerado é o retorno de Khris Middleton, que perdeu os primeiros 21 jogos da temporada depois de passar por cirurgia nos tornozelos durante a offseason, retornou ao time com médias de sete pontos e 5,8 assistências. Também vale ressaltar que o Giannis seguiu somando números incríveis com 32,7 pontos – melhor marca da liga -, 11,5 rebotes e 6,1 assistências por jogo, liderando Milwaukee na boa fase.

Os Bucks brigam pelo título?

Uma equipe que conta com a dupla Damian Lillard e Giannis Antetokounmpo não pode ser descartada da briga pelo título. Após a sequência positiva e o título da Copa NBA com uma performance dominante sobre o Oklahoma City Thunder – time que lidera o Oeste de forma isolada -, está claro que a performance apresentada nos primeiros dez jogos não será o padrão de Milwaukee pelo restante da temporada.

Outros dois fatores favorecem a continuidade da boa fase da franquia. Atualmente, o Leste não oferece grande competitividade além das franquias que ocupam as três primeiros posições – Cleveland Cavaliers, Boston Celtics e New York Knicks. Parte das franquias restantes estão lidam com lesões de seus principais jogadores (caso do Orlando Magic) ou ainda não se encontraram no campeonato (como o Indiana Pacers e o Philadelphia 76ers).

Em segundo plano, a franquia do Wisconsin ainda terá o reforço de Khris Middleton no caminhar da temporada regular. O jogador já retornou às quadras, mas ainda não está 100% e será uma peça extremamente valiosa para o ataque quando conseguir jogar com o máximo de seu basquete. Na última temporada, ele registrou médias de 15,1 pontos e 5,3 assistências.

Dessa forma, o Milwaukee Bucks conseguiu encontrar o caminho certo para reassumir a fama de candidato ao título que mantém desde 2018-19. Não será surpresa alguma ver o time alcançando a pós-temporada como um dos favoritos do Leste.

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Vinícius Ferreira

Redator

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Jornalista. Começou a acompanhar NFL por influência paterna e expandiu seu amor aos outros esportes americanos. Torcedor do Los Angeles Lakers, Rams e Dodgers, além de santista roxo.