Confira o que mudou, momento atual e perspectivas das franquias
O mercado de trocas da atual temporada da NBA foi um dos mais agitados dos últimos anos (e até mesmo da história) da liga. Movimentações chocantes (como a de Luka Doncic) alteraram o lar de diversas estrelas do basquete, transformando também o destino de cada uma das equipes envolvidas ao longo da campanha 2024-25.
Entre os vários acordos costurados, alguns surtiram efeito imediato (positiva ou negativamente). Outros, por questões físicas ou de adaptação, parecem mais distantes de um exemplar concreto.
Leia também:
Assim, o The Playoffs preparou um breve panorama geral sobre como estão as equipes envolvidas nas principais trocas da temporada. Confira!
Para ser justo, a fase dos Lakers já era excelente antes mesmo da chegada de Doncic. Os angelinos somavam oito vitórias em dez jogos quando a notícia compartilhada por Shams Charania chocou o mundo do basquete. O Dallas Mavericks optou por abrir mão do craque esloveno, recebendo Anthony Davis, Max Christie e uma escolha de primeira rodada, em um acordo sem precedentes na história da NBA.
Então, depois de um início de ciclo instável com derrotas para Charlotte Hornets e Utah Jazz, o ‘novo’ Los Angeles Lakers, finalmente, deu as caras. Desde a concretização da troca e a estreia de Doncic, a franquia da Califórnia superou os reveses inesperados e venceu oito em sequência, até encarar o Boston Celtics no dia 8 de março. Além de sair derrotada, perdeu ainda LeBron James, por uma lesão na virilha.
Diante do desfalque de seu principal jogador, os Lakers sofreram mais três derrotas em sequência, até reencontrarem o caminho dos triunfos com resultados positivos sobre Phoenix Suns e San Antonio Spurs. Agora, ao passo em que anseia pela recuperação de LeBron, a equipe segue na briga pelo mando de quadra nos playoffs.
A boa notícia é que Luka, trocado pelos Mavs por conta de uma preocupação um tanto quanto desconectada da realidade sobre seu físico e disponibilidade, vem mostrando o excelente nível habitual. Suas médias em LA são de 26,2 pontos, 8,8 rebotes, 8,1 assistências e 1,9 roubo de bola. Ainda que o aproveitamento não venha sendo dos melhores (40% de quadra e 33,6% de 3 pontos), o armador já vem deixando sua marca no novo time.
Como era de se esperar, a notícia da troca de Luka Doncic acabou recebida com extremo descontentamento pelos torcedores dos Mavericks. Assim, ainda na noite em que Shams divulgou a informação, os protestos já tomavam conta do American Airlines Center, direcionados, especialmente, ao general manager Nico Harrison, responsável pela negociação.
O roteiro que viria a seguir não ajudaria nem um pouco a situação do executivo, e maltrataria ainda mais os já angustiados corações da torcida texana. Em sua estreia por Dallas, Anthony Davis parecia imparável, com 26 pontos, 16 rebotes, sete assistências e três tocos em apenas 30 minutos. No fim do terceiro quarto, porém, sentiu uma lesão na virilha e não retornou até o momento presente.
Dali em diante, o time seria afetado por uma verdadeira epidemia de contusões. Dereck Lively II, Daniel Gafford, P.J. Washington, Dante Exum, Olivier Maxence-Prosper, Jaden Hardy, entre outros, quase todos os jogadores do elenco passaram algum tempo de molho. O último balde de água fria veio, de maneira cruel, na lesão de Kyrie Irving, que rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho, e não tem chances de retornar na atual campanha.
Agora, os Mavs se seguram por um fio na última vaga para o torneio de Play-In, fortemente ameaçados pelo Phoenix Suns. Mais que isso, veem uma cidade inteira decepcionada com as decisões de seus executivos, e com pouquíssima perspectiva de melhora em um futuro próximo. Tudo isso somente alguns meses depois de disputarem a terceira final de NBA de sua história.
Uma transação que parecia muito longe de se concretizar, não só aconteceu como revirou por completo as ambições do Golden State Warriors na temporada. A chegada de Jimmy Butler à Califórnia se mostrou um sucesso instantâneo não só dentro das quadras, mas também fora delas. O ala reascendeu o espírito aguerrido de um time mais que acostumado a competir e levantar taças.
Dentro das quatro linhas, o impacto é notório. Os Warriors têm 14 vitórias e apenas duas derrotas com Butler em quadra. Desde sua estreia, a equipe saltou do 18° melhor ataque para o quinto, e da décima melhor defesa para a segunda. Além disso, Stephen Curry, principal estrela do elenco, tem números consideravelmente melhores desde que se formou a nova parceria.
Reconhecido por ser um líder também no vestiário, Butler se encaixou com tanta naturalidade no de Golden State que parece fazer parte do mesmo há anos. Até por isso, só recebeu elogios de Curry, Steve Kerr, Draymond Green e dos demais companheiros. Assim, a maior dinastia dos últimos anos volta, em um movimento, a se fortalecer em busca de um novo título em 2025.
É bem verdade que Jimmy Butler já não vinha atuando pelo Heat, mesmo antes de acertar a sua ida aos Warriors. A troca de farpas com Pat Riley e a direção da franquia da Flórida rendeu uma série de suspensões ao ala, que disputou sua última partida por Miami ainda em 21 de janeiro.
Apesar disso, aparentemente a mera presença do jogador nos vestiários, na cidade, ou onde quer que fosse, fazia a diferença. Isso porque, desde a saída de Butler, o Heat soma apenas 26% de aproveitamento. Pela primeira vez desde que assumiu o time, em 2008-09, o treinador Eric Spoelstra está vivendo uma sequência de oito derrotas (que ainda pode ser ampliada).
Como de costume, Miami não deve ter problemas para atrair estrelas sem contrato ao longo das próximas free agency’s. No entanto, ainda tem que buscar soluções em torno de Tyler Herro e Bam Adebayo no pouco tempo que resta da atual temporada.
Entendendo a magnitude do fenômeno Victor Wembanyama, o San Antonio Spurs se mostrou ativo e aproveitou uma excelente oportunidade de mercado na semana da trade deadline. Assim, acertou a chegada do armador De’Aaron Fox, ex-Sacramento Kings, que já havia declarado à franquia seu desejo de se juntar ao francês no Texas.
A dupla se tornaria, instantaneamente, uma das mais interessantes de todo o basquete, não só para esse mas para os próximos anos. No entanto, as semanas seguintes ao movimento foram pouco gentis aos Spurs. Depois de apenas cinco jogos ao lado do novo companheiro, Wembanyama descobriu um coágulo no ombro e, de maneira abrupta, se viu fora do restante da temporada.
Em seguida, foi a vez de Fox passar por uma cirurgia e também se ausentar dos compromissos de San Antonio na campanha. O futuro ainda reserva excelentes perspectivas aos texanos. Porém, as atenções agora estão voltadas para as recuperações de seus principais jogadores, e também do lendário Gregg Popovich, que, felizmente, se recupera bem de um AVC sofrido em novembro de 2024, mas ainda não sabe se voltará à função de treinador.
O futuro de Fox nos Kings parecia impraticável depois que o armador recusou uma proposta de extensão contratual, e assim se confirmou quando ele pediu que fosse negociado. Sacramento teria a opção de esperar até a offseason, mas preferiu se livrar da distração enviando o pilar de seu plantel nos anos recentes aos Spurs.
Ainda que existam questionamentos sobre o retorno recebido, a franquia californiana parece ter cumprido sua missão com a chegada de Zach LaVine. A chegada do ala-armador, que há tempos era especulado fora do Chicago Bulls, manteve o time competitivo, e com um ataque capaz de causar medo qualquer adversário.
Por outro lado, a equipe parece sofrer com os mesmos problemas de toda a campanha no lado defensivo da quadra. Além disso, ainda não foi capaz de alcançar uma posição mais cômoda que o atual nono lugar do Oeste, que obrigaria os Kings a disputar (e vencer) duas partidas de Play-In para alcançar os playoffs – e para enfrentar o Oklahoma City Thunder.
Cenário pouco animador para os comandados de Doug Christie, e podemos aguardar uma offseason movimentada em Sacramento.
*o asterisco se refere aos jogadores que se encontravam lesionados no momento de publicação desde texto
**todas as estatísticas são válidas até a rodada do dia 18/3/2025