Seattle abre 2 a 0, mas St. Louis força a virada e vence por 3 a 2; apesar da derrota, assistente técnica Jessica Campbell faz história na NHL
Nesta terça-feira (8), em Seattle, St. Louis Blues e Seattle Kraken abriram a temporada 2024-25 da NHL em solo norte-americano. Todos os gols foram marcados no segundo período: o Kraken saiu na frente, abrindo 2 a 0, mas St. Louis forçou a virada e saiu vencedor por 3 a 2. Apesar da derrota, Seattle fez história na NHL ao ter a primeira mulher na comissão técnica em um jogo oficial: Jessica Campbell estava ao lado do head coach, Dan Bylsma.
Seattle foi a cidade escolhida para inaugurar a rodada tripla da NHL nesta terça-feira. Até então, os únicos dois jogos da temporada, entre New Jersey Devils e Buffalo Sabres, haviam sido disputados na Europa. Uma cerimônia em homenagem aos irmãos Johnny e Matt Gaudreau, mortos em agosto, antecedeu a partida.
No rinque, para além das estreias de Dan Bylsma como head coach e Jessica Campbell como sua assistente, o Kraken apresentou seu novo capitão, Jordan Eberle.
E foi graças a um esforço do próprio Eberle que Seattle abriu o placar, nos segundos iniciais do segundo período, após a primeira etapa terminar zerada. O capitão forçou um turnover de Colton Parayko e resistiu a um hit para passar o disco para Vince Dunn. Sozinho, Dunn chutou em cima do goleiro Jordan Binnington, mas aproveitou o rebote para fazer 1 a 0.
Dois minutos depois, o marcador já acusava 2 a 0 para o Kraken. Eeli Tolvanen desviou chute longo de Ryker Evans e ampliou para os anfitriões, fazendo jus ao time que, até o momento, tinha mais presença ofensiva.
Brandon Tanev chegou a anotar o terceiro, que foi anulado por impedimento. Na sequência, uma briga generalizada gerou as primeiras penalidades da partida, que ainda não havia registrado nenhuma falta.
E se em apenas dois minutos o Kraken marcou dois gols válidos, os Blues conseguiram três no mesmo espaço de tempo e protagonizaram uma virada heroica. Já na reta final do período, em power play, Jordan Kyrou diminuiu para St. Louis e deu início à reação.
Dois minutos depois, o placar já era de 3 a 2 para os visitantes, com Philip Boberg e Kyrou, novamente, marcando os gols de empate e da virada, respectivamente.
“Estávamos muito devagar e hesitantes no primeiro período, não íamos para cima do puck com vontade”, analisou Kyrou, explicando por que a reação foi tão demorada.
Opinião semelhante ao que pensa o técnico Drew Bannister, de St. Louis. “Não estávamos jogando o nosso jogo. Ataque e defesa não conversavam”, apontou.
Após terceiro período menos agitado, os Blues confirmaram a vitória por 3 a 2 e abrem a temporada com dois pontos. “É difícil dizer alguma coisa quando você faz 2 a 0 e termina perdendo”, lamentou Dunn. “Temos uma janela de alguns dias até o próximo jogo para entender onde erramos. Mas também fizemos muitas coisas boas.”
Nesta quinta-feira (10), os Blues vão a San Jose enfrentar os Sharks. O Kraken visita o Minnesota Wild, no sábado (12).
Foto: NHL.com
Escolhida pelo próprio Bylsma, com quem trabalhou no Coachella Valley Firebirds, filiado de Seattle na American Hockey League, Jessica Campbell se tornou a primeira mulher no banco dos técnicos da NHL.
“É como andar de bicicleta. Estou nessa faz um tempinho”, brincou Campbell, em entrevista no intervalo do primeiro para o segundo período. Ela trabalha como técnica desde 2017 e já atuou com equipes masculinas na Europa, integrando a comissão técnica do Nurnberg Ice Tigers, Malmo RedHawks e da Seleção Alemã.
Bylsma justificou sua contratação explicando que queria o melhor assistente possível. Juntos, eles levaram os Firebirds ao título da Conferência Oeste da AHL. O clube acabou perdendo a Calder Cup para o Hershey Bears.