Ícone do beisebol foi além do esporte e quebrou barreiras migratórias
Ídolo do Los Angeles Dodgers e ícone do beisebol, o ex-arremessador Fernando Valenzuela morreu aos 63 anos, na noite desta terça-feira (22). Ele passou três semanas internado no hospital, mas não resistiu. A inspiração para a “Fernandomania” faleceu três dias antes do início da World Series entre Dodgers e New York Yankees.
A temporada que mostrou Valenzuela para o mundo foi justamente em 1981, quando Los Angeles derrotou Nova York na final da Major League Baseball (MLB). À época, ele venceu as oito primeiras partidas pelo time, incluindo na sequência sete jogos completos e cinco shutouts (sem ceder corridas). O arremessador eliminou 68 rebatedores por strikeout e registrou 0,50 de ERA, em 72 entradas. Com este desempenho, então, nasceu a “Fernandomania”.
Com o número 34 nas costas, Valenzuela foi além de uma inspiração no esporte. Ele simbolizava a esperança para os latinos. Nascido no México, teve ascensão no período em que a busca por pertencimento do povo latino ocorria nos Estados Unidos, em meio a debates da continuidade do Dodger Stadium e reforma migratória. O jogador era visto como um exemplo de migração, pois saiu da zona rural do México para brilhar nos campos da maior liga de beisebol.
Até recentemente, ele era o narrador das partidas dos Dodgers no rádio em espanhol. Bem-humorado, mas seco, Valenzuela continuou o legado de inclusão, o que manteve a grande base de fãs leais. O comissário da MLB, Rob Manfred, exaltou o legado de Valenzuela em um comunicado.
“Fernando foi um embaixador extraordinário do beisebol. Ele apoiou consistentemente o crescimento do jogo por meio do World Baseball Classic e em eventos da MLB em seu país natal. Fernando ajudou a alcançar uma nova geração de fãs e a cultivar seu amor pelo jogo. Ele permanecerá uma figura amada na história dos Dodgers e uma fonte especial de orgulho para os milhões de fãs latinos que ele inspirou”, afirmou.
A herança de Valenzuela ficará para sempre na MLB. Com um arremesso distinto, da perna levantada e olhos para o céu, ele encantou no estilo de jogo, mas também construiu pontes para novas pessoas e para a relação México e Estados Unidos.
O “El Toro”, como também era chamado, teve o número aposentado pelos Dodgers e pela Liga Mexicana de Beisebol. Ele deixa uma esposa, quatro filhos e sete netos.