Wembanyama dando passos maiores em busca do prêmio de melhor calouro e Hawkins de volta ao Top 10 marcaram o terceiro mês da temporada
O terceiro mês da temporada passou e com ele o trade deadline se aproxima. Já é momento das franquias terem definido melhor o planejamento de quadra e para o futuro dos calouros.
Nomes como Keyonta George e Scoot Henderson podem ver a minutagem bombar caso suas respectivas franquias aceitem propostas de troca por veteranos como Jordan Clarkson e Malcolm Brogdon.
Já Jordan Hawkins tem mostrado à força em New Orleans que Willie Green precisa incluir mais o armador dentro de quadra. Como o próprio treinador comentou após mais uma noite de 30 pontos de Hawkins, há uma “dor de cabeça” a se resolver na equipe.
Por fim, Victor Wembanyama e Chet Holmgren têm disputado palmo a palmo desde o início da temporada o prêmio de Calouro do Ano. Mas em janeiro, Wemby conseguiu abrir margem frente ao rival com a consolidação de +20 pontos e +10 rebotes de média.
Quer saber mais sobre essas certezas e dúvidas das equipes em relação a suas jovens estrelas? Confira abaixo o top 10 dos calouros depois do terceiro mês da temporada 2023-2024 da NBA, mais um conteúdo exclusivo do The Playoffs, que irá acompanhar o desempenho deles mensalmente.
* As médias estatísticas correspondem até a rodada do dia 23 de janeiro.
(Foto: Reprodução Twitter / San Antonio Spurs)
1- Victor Wembanyama, San Antonio Spurs (último ranking: 1º)
A temporada de estreia de Wembanyama tem sido um deleite para os fãs de basquete. Dominante nas duas pontas, o francês tem comprovado ser um talento geracional que Gregg Popovich e os Spurs poderão ter como base por muitos anos.
O único calouro com média de duplo-duplo ao registrar 20,3 pontos e 10,1 rebotes, além de ser o líder de toda a NBA em tocos com 3,2. Números que comprovam a eficiência de Wembanyama, mesmo que os chutes de três pontos ainda apresentam apenas regulares 29,6%.
Os Spurs devem ter uma pick alta no próximo Draft. Com boa flexibilidade no salary cap para as próximas temporadas e tendo Wembanyama, podemos ver o ressurgimento da próxima geração campeã em San Antonio.
2- Chet Holmgren, Oklahoma City Thunder (último ranking: 2º)
Holmgren é outro calouro sensação na temporada. Assim como Wembanyama, apresenta grandes qualidades nas duas pontas da quadra e tem sido fundamental para o Thunder ter se tornado contender nesta temporada – sexta melhor defesa da Conferência Oeste.
Prova desse impacto são as médias de 17,3 pontos, 7,2 rebotes e 2,5 tocos (quarto em toda a NBA e segundo entre os calouros, atrás apenas de Wembanyama).
Diferente do francês, Holmgren não apenas estará nos playoffs, como o Thunder se coloca como um dos favoritos ao título do Oeste. Prova de fogo à vista, mas que o pivô tem mostrado ter capacidade de enfrentar ao lado do jovem elenco da franquia.
3- Brandon Miller, Charlotte Hornets (último ranking: 3º)
Os Hornets seguem em um processo interminável de reconstrução, mas no terceiro mês da temporada Miller se coloca como um parceiro ideal para LaMelo Ball – obviamente não considero Miles Bridges atualmente.
Miller é um ala de força, mas que também tem refino para arremessos de longa distância. Após quase três meses de temporada, o atleta registra médias de 14,9 pontos, 3,9 rebotes, 43,5% nos arremessos de quadra e 38,2% nos chutes de três pontos.
Outra prova do impacto crescente de Miller em Charlotte é que nos últimos oito jogos, o ala registrou ao menos 20 pontos em três oportunidades – o que inclui 23 pontos contra a boa defesa do Philadelphia 76ers.
4- Jaime Jaquez Jr., Miami Heat (último ranking: 4º)
Miami segue em uma temporada inconsistente, mas Jaquez Jr. é um dos poucos pontos positivos na franquia. O armador é uma peça importante vinda do banco, tendo uma média de mais de 30 minutos jogados por partida.
No momento lesionado na virilha, o armador apresenta médias de 14 pontos, 3,9 rebotes, 51,3% nos arremessos de quadra e 35,3% nos chutes de três pontos.
O Heat deve chegar aos playoffs nesta temporada e Jaquez Jr. será peça fundamental para qualquer objetivo da equipe na pós-temporada. Até porque Miami mostrou ano passado a importância do banco em uma campanha de sucesso da equipe.
5- Dereck Lively II, Dallas Mavericks (último ranking: 7º)
Após se recuperar de uma lesão no tornozelo, Lively II retornou à equipe titular dos Mavericks para mostrar como é importante nas pretensões da franquia nesta temporada – e também para os próximos anos.
O pivô apresenta médias de 8,8 pontos, 7,8 rebotes e 1,4 toco por jogo, além de 74% no aproveitamento dos chutes de quadra. Números que demonstram a qualidade de proteger e atacar o garrafão.
Os Mavericks apresentam um recorde de 20-12 nas partidas em que Lively II atua e apenas 4-7 quando o pivô não está em quadra. O equilíbrio defensivo da equipe depende muito da presença do calouro e nos playoffs essa necessidade ficará ainda maia aflorada.
6- Jordan Hawkins, New Orleans Pelicans (último ranking: fora do top 10)
Os Pelicans voltaram aos trilhos nesta temporada e uma peça no elenco tem se mostrado interessante. A trajetória (ainda curta) de Hawkins na NBA tem sido uma montanha-russa, embora isso se deva muito mais a insistência do técnico Willie Green em utilizá-lo com maior frequência.
Hawkins apresenta médias de 11 pontos, 41,4% nos arremessos de quadra e 39,2% nos chutes de três pontos – tendo apenas 21,9 minutos por jogo.
Só que quando Hawkins atua por mais de 21 minutos por jogo, a média de pontos sobe para 15,3 pontos. Além disso, apenas Wembanyama e Holmgren registram jogos com ao menos 30 pontos entre os calouros fora o armador. Números que justificam mais tempo em quadra!
7- Ausar Thompson, Detroit Pistons (último ranking: 3º)
O vórtex que tem puxado para baixo os Pistons nesta temporada parece que está alcançando Thompson nesses últimos dois meses. Após um primeiro mês com excelente desempenho, a inconsistência em quadra se tornou maior.
São 24 jogos disputados entre os meses de dezembro e janeiro e em apenas quatro deles o ala anotou mais de dez pontos. Até o tempo de quadra de Thompson oscilou para baixo, o ala tem em média jogado 23,7 minutos.
Sem dúvida a situação mais crítica na reconstrução de uma franquia da NBA é a vivida em Detroit. O cenário é tão nebuloso que não há grandes certezas do futuro próximo da equipe. Mas hoje, Thompson claramente não tem conseguido se desenvolver e apresentar seu melhor basquete.
8- Keyonte George, Utah Jazz (último ranking: 8º)
Diferente de Detroit, Utah tem passado por um processo no mínimo interessante de reconstrução. Após trocar nomes como Donovan Mitchell, Rudy Gobert e Mike Conley nos últimos dois anos, a franquia conseguiu bons talentos jovens como Walker Kessler e o próprio George.
Após sofrer com uma lesão no tornozelo, George retornou à equipe e desde então o recorde do Jazz é 10-4. Mesmo vindo do banco, a presença do jovem armador pode ser medida com os bons números de 10,8 pontos, 4,3 assistências e 33% nos arremessos de três pontos.
E essa presença pode se tornar ainda mais constante até o fim da temporada devido à procura de outras equipes por Jordan Clarkson. O bom desempenho de George com toda certeza dá maior segurança ao Jazz para se desfazer de Clarkson em caso de uma boa proposta.
9- Scoot Henderson, Portland Trail Blazers (Último ranking: 10º)
Henderson parece ter deixado os problemas físicos para trás. Pouco a pouco sendo mais inserido dentro da equipe, o armador tem apresentado alguns flashes de que pode formar uma dupla interessante de armadores com Shaedon Sharpe.
Com a tendência que Malcolm Brogdon possa ser negociado até o fechamento da janela de trocas, a minutagem atual de 27,3 minutos deve crescer para Henderson ao longo da temporada.
Por ora, alguns flashes com os 33 pontos, nove assistências e sete rebotes em 40 minutos frente ao Phoenix Suns deixam claro que o talento está ali. Basta maior consistência e minutos de quadra para vermos mais desses momentos.
10- Brandin Podziemski, Golden State Warriors (último ranking: 8º)
Podziemski se consolidou de forma definitiva como a primeira opção de Steve Kerr para a armação vinda do banco – especialmente em detrimento a Moses Moody.
A minutagem do armador chegou a 24,4 minutos e no confronto na terra natal contra o Milwaukee Bucks, Podziemski anotou 23 pontos e igualou o recorde de pontuação da sua curta carreira.
Com boas médias de 9,2 pontos, 5,5 rebotes, 45,7% nos arremessos de quadra e 39,1% nos chutes de três, a tendência é que Podziemski siga crescendo dentro da rotação de Kerr – sendo essa uma das poucas boas notícias para os Warriors até o momento nesta temporada.
Menções honrosas aos calouros
Bilal Coulibaly (Washington Wizards) apresentou um mês de oscilação e com a queda de 9,2 pontos para 8,3 pontos, perdeu a posição no ranking para Hawkins.
Amen Thompson (Houston Rockets), por outro lado, vem de um mês de crescimento dentro de quadra após conseguir escapar dos problemas físicos. Ainda com minutagem reduzida (16,4 minutos) dentro do contender Rockets, mostrou boas credenciais com o duplo-duplo de 15 pontos e 14 rebotes contra o Boston Celtics. Não seria surpresa que ele estreasse no ranking na próxima edição.
Por fim, a boa surpresa do mês foi G.G. Jackson (Memphis Grizzlies). Com o elenco destroçado pelas lesões, os Grizzlies viram o calouro anotar mais de dez pontos em três dos últimos cinco jogos, incluindo duas atuações com mais de 20 pontos. Com tempo de quadra o ala pode transformar em flashes em consistência.