Aprenda tudo sobre o salary cap da NFL e o quanto isso é importante na free agency
O teto salarial da NFL ou “NFL salary cap” é o limite de gastos anuais que cada equipe da liga norte-americana de futebol americano pode gastar com salário de seus jogadores. Esse é um instrumento adotado por várias ligas estadunidenses, cujo objetivo é equilibrar o poder de compra entre as equipes localizadas em mercados maiores (como por exemplo Nova York, Los Angeles, Dallas) e aquelas localizadas em sítios menores (como Green Bay, Jacksonville e Minnesota), aumentando assim a competitividade e o interesse do público pelos jogos.
Cada uma das ligas (NFL, NBA, NHL, MLB, MLS) adota um formato diferente de salary cap. Na NBA, por exemplo, o teto salarial foi instituído somente na temporada de 1984-85 (sem contar um breve experimento com esse mecanismo na década de ’40) na qual se instituiu o limite máximo de US$ 3,6 milhões anuais. Para a temporada 2016-17 esse teto já alcança o número de US$ 94,14 milhões anuais.
No entanto, a NBA criou um mecanismo chamado de “soft cap”. Isso significa dizer que as equipes podem ultrapassar o teto salarial em uma quantia determinada, mas apenas para renovar contrato com jogadores que já estejam em sua equipe. Essa exceção é conhecida como “Larry Bird” exception, levando o nome do famoso jogador do Boston Celtics que se manteve no time de Massachusetts até o fim da carreira mediante o uso dessa regra.
Já na NFL as regras quanto ao salário são – de certa forma – mais simples. O atual CBA (Collective Bargaining Agreement – o mesmo que Acordo Coletivo de Trabalho no Brasil, celebrado entre o sindicato dos jogadores e a própria liga) prevê que os times são obrigados a gastar entre um mínimo (salary floor) e um máximo (salary cap), sem exceções. Penalidades por quebrar as regras salariais vão desde multa de US$ 5 milhões por violação até o cancelamento de contratos e retirada de escolhas de Draft.
Essas regras foram adotadas em 1994, com o teto inicial de US$ 34,6 milhões anuais. Tanto o teto quanto o piso salarial são ajustados anualmente com base nas receitas totais da liga, podendo aumentar ou diminuir com base no sucesso financeiro da NFL (até 2018 o teto salarial sempre aumentou, ano a ano). Recentemente, o valor que cada equipe pode gastar anualmente chegou a US$ 177,2 milhões.
Dentro do atual CBA os contratos geralmente contêm dois valores diferentes, os valores garantidos e os valores totais. Por isso que você verá um jogador assinar um contrato de US$ 150 milhões por cinco anos de contrato, mas “apenas” US$ 100 milhões garantidos. Isso significa que no momento da assinatura do contrato o time já se compromete a pagar os US$ 100 milhões de dólares ao jogador (que serão divididos automaticamente entre a folha salarial do time em cada um dos cinco anos de contrato, ou seja, 20 milhões por ano), independente de performance ou lesões, podendo chegar até US$ 150 milhões caso o jogador cumpra a totalidade do contrato.
Tivemos um caso curioso nesta semana, quando Kirk Cousins assinou o maior contrato anual da história da NFL com o Minnesota Vikings: três anos e US$ 84 milhões. A curiosidade aqui é que o valor é totalmente garantido, o que não costuma acontecer com frequência.
Não é incomum que os times dispensem seus jogadores antes do término do contrato para evitar pagar os valores totais e assim aliviar a sua folha salarial. Quarterbacks geralmente recebem um valor garantido maior com relação a outras posições em razão à demanda por seus serviços. Recentemente, o cornerback Richard Sherman assinou com o San Francisco 49ers por um valor total de US$ 39 milhões, mas apenas US$ 7 milhões do contrato são garantidos, em razão de sua idade (30 anos) e seu histórico com lesões (o jogador se recupera atualmente de uma contusão no tendão de Aquiles). Os valores garantidos sobem para US$ 10 milhões se o jogador participar de todos os jogos do time e US$ 13 milhões se ele for eleito para o Pro Bowl.
Caso o jogador seja dispensado antes do término do contrato, os valores garantidos se tornam o que é comumente chamado de “dead cap”, uma vez que figuram na folha salarial dos times valores pagos a jogadores que não pertencem mais à equipe. No entanto, o CBA prevê duas possibilidades para essa situação. Se o jogador se aposentar, for trocado ou dispensado antes do dia 1º de junho, todos os valores garantidos do contrato – que ainda não foram pagos – são aplicados no teto salarial do ano corrente. Caso essa situação ocorra após o dia 1 de junho (comumente chamado de post june 1 cut), o restante dos valores garantidos continua dividido entre o teto salarial do ano de dispensa e o do ano seguinte. Isso faz com o que time tenha que decidir entre uma maior flexibilidade no presente em detrimento de uma menor flexibilidade no futuro, ou vice-versa.
Todas essas particularidades fazem com que os times quebrem a cabeça tentando montar o melhor elenco possível na eterna busca de um título. Jogadores que retornam de lesão, por exemplo, costumam receber quantias garantias menores com base no risco que representam para a equipe.
Uma forma criativa de elaborar os contratos é incluindo bonificações de incentivo, cláusulas que permitem aos jogadores receberem valores adicionais ao contrato com base em sua performance dentro de campo. Esses incentivos são divididos em duas modalidades: “prováveis de serem recebidos – PSR” e “improváveis de serem recebidos – ISR”. Os PSR contam no teto salarial do time no ano em que foram previstos. No entanto, se o jogador não alcançar a marca prevista no contrato, o mesmo valor é decrescido do teto salarial no ano seguinte. Já os ISR não contam no teto da equipe no ano em que foi previsto, e, caso o jogador alcance essa marca, o valor é decrescido do teto salarial da equipe no ano seguinte. Confuso? Imagina como fica a cabeça de um general manager nessa época do ano.
Há ainda um “salário mínimo” variável na liga, com base nos anos de experiência do jogador (entre 0 e 10 ou mais). Cada ano esse salário aumenta em US$ 15 mil. Em 2018 o salário mínimo para um calouro na NFL é de US$ 480 mil anuais.
Tudo isso demonstra como uma organização em grupo de ambas as partes – de um lado a liga, que congrega todas as 32 equipes, e de outro os jogadores com a NFLPA, seu sindicato – serve ao benefício de todos na hora da negociação coletiva, garantindo, por sua vez, um campeonato mais forte e atrativo, que arrecada centenas de milhões de dólares todos os anos.
Para acompanhar quanto seu time favorito da NFL tem para gastar nesse e nos próximos anos basta acessar o site www.overthecap.com e verificar em tempo real quanto espaço há na folha salarial de cada uma das equipes.
Crédito das fotos: Divulgação/NFL/Perry Knotts; Otto Greule Jr /Getty Images
Fanático por esportes americanos, em especial a NFL e a NBA. Sonha em trabalhar cobrindo as melhores ligas do mundo aqui no Brasil. Louco pelo draft e análises sobre os futuros astros da NFL que atualmente jogam na NCAA.
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