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Copa-1994: os palcos do tetra do Brasil e seus destinos nas ligas americanas 23 anos depois

Luan Araujo

Conquista brasileira nos EUA faz aniversário nesta segunda (17); estádios tiveram destinos diferentes

Nesta segunda-feira (17), nós brasileiros celebramos o tetracampeonato da Copa do Mundo, nos Estados Unidos, conquistado em 1994. As lembranças de Romário e Bebeto, Galvão Bueno gritando “É TETRA” aos berros ao lado de Pelé, entre outras, viraram ícones “pop” do cotidiano do brasileiro. O que poucos se lembram, porém, é qual o destino das casas daquele mundial histórico para nós. E muitos deles abrigam ou abrigaram times das mais diversas ligas dos esportes americanos. Confira conosco este levantamento, junto de lembranças históricas daqueles 30 dias que pararam os EUA e o mundo e o destino de cada casa daquele Mundial inesquecível: Rose Bowl – Pasadena, CA Palco histórico tanto da NFL, quanto da NCAA, o gigante estádio de Pasadena, nos arredores de Los Angeles, sediou oito partidas daquele mundial e muitas delas ainda vivem no imaginário de quem acompanhou o torneio, como a derrota da Colômbia para os EUA, que tirou os sul-americanos da competição ainda na primeira fase e acabaria servindo de gatilho para a morte do zagueiro Andrés Escobar, que fez um gol contra na ocasião, a vitória da Romênia sobre a Argentina nas oitavas de final, com show do romeno Gheorghe Hagi, e os dois atos finais do Brasil na competição: a sofrida vitória sobre a Suécia na semifinal e a histórica final, decidida apenas na decisão por pênaltis, após Baresi, Massaro e Baggio errarem os pênaltis italianos. Hoje, o Rose Bowl segue como protagonista do esporte dos EUA, mesmo com muitos novos e modernos estádios erguidos nos últimos 23 anos. Desde 1916, com alguns hiatos, o campo sedia o Rose Bowl Game, o mais tradicional jogo decisivo da NCAA, mas o estádio perdeu espaço na NFL. O último Super Bowl jogado lá foi a histórica edição XXVII, em janeiro de 1993, quando o Dallas Cowboys bateu o Buffalo Bills, em dia de show histórico de Michael Jackson. Jogos do estádio na Copa 1994: 18/6: Colômbia 1×3 Romênia 19/6: Camarões 2×2 Suécia 22/6: Estados Unidos 2×1 Colômbia 26/6: Estados Unidos 0x1 Romênia 3/7: Romênia 3×2 Argentina 13/7: Brasil 1×0 Suécia 16/7: Suécia 4×0 Bulgária 17/7: Brasil 0(3)x0(2) Itália Pontiac Sivlerdome – Pontiac, MI A então casa do Detroit Lions, da NFL, e antigo lar do Detroit Pistons, da NBA, não era exatamente nova (o estádio foi inaugurado em 1975), mas trazia à Copa um claro ar de novidade: era o primeiro estádio fechado a abrigar jogos do torneio e sediou quatro partidas, com destaque para a estreia dos EUA na competição, contra a Suíça e claro, o empate do Brasil contra a Suécia, com um histórico gol de biquinho de Romário. Só que o destino não sorriu para o estádio após a Copa do Mundo. Os Lions deixaram o campo em 2001, após a finalização do Ford Field, atual casa da franquia. Completamente abandonado desde então, o campo sobre com o abandono, a queda de seu teto e com disputas judiciais. Leiloado em 2014, teve sua demolição anunciada para o ano passado, mas que não saiu do papel por divergências com a prefeitura de Pontiac.   Jogos do estádio na Copa 1994: 18/6: Estados Unidos 1×1 Suíça 22/6: Romênia 1×4 Suíça 24/6: Suécia 3×1 Rússia 28/6: Suécia 1×1 Brasil Stanford – Palo Alto, CA Casa da Universidade de Stanford, uma das mais tradicionais do meio acadêmico e da NCAA, o campo foi a “casa” do Brasil na maioria dos jogos do torneio. Lá, a Seleção bateu a Rússia na estreia (2×0), Camarões (3×0) e o emblemático jogo contra os donos da casa no dia da Independência norte-americana (1×0). Foi também palco de um recorde: os 5 gols de Oleg Salenko na goleada da Rússia sobre Camarões e o cardíaco jogo entre Suécia e Romênia, decidido apenas nos pênaltis em favor dos nórdicos. Hoje, o campo segue sendo casa de Stanford e celeiro para vários futuros craques da NFL. Só na liga de hoje, temos alguns nomes de impacto que vieram na universidade, como o quarterback Andrew Luck, o cornerback Richard Sherman e a promessa Christian McCaffrey, running back draftado pelo Carolina Panthers neste ano. Jogos do estádio na Copa 1994: 20/6: Brasil 2×0 Rússia 24/6: Brasil 3×0 Camarões 26/6: Suíça 0x2 Colômbia 28/6: Rússia 6×1 Camarões 4/7: Brasil 1×0 Estados Unidos 10/6: Suécia 2(5)x2(4) Romênia Giants Stadium – East Rutherford, NJ Outro estádio histórico da NFL que abrigou o mundial, a então casa de New York Jets e New York Giants viu a zebra passar alegremente pelo seu gramado em dois de seus sete jogos na Copa do Mundo: a surpreendente derrota da Itália para a Irlanda na estreia dos futuros vice-campeões no torneio e a surreal vitória da Bulgária sobre a então campeã Alemanha, nas quartas de final. Foi nos arredores de NY também que os italianos se recuperaram da derrota na estreia com uma vitória heroica contra a Noruega e avançaram à decisão acabando com o sonho dos búlgaros na semifinal. O estádio seguiu como casa de Giants e Jets na NFL até 2011, quando foi demolido após ser substituído pelo moderno MetLife Stadium. Jogos do estádio na Copa 1994: 18/6: Itália 0x1 Irlanda 23/6: Itália 1×0 Noruega 25/6: Arábia Saudita 2×1 Marrocos 28/6: Irlanda 0x0 Noruega 5/7: México 1(1)x1(3) Bulgária 10/7: Alemanha 1×2 Bulgária 11/7: Itália 2×1 Bulgária Citrus Bowl – Orlando, FL Lar do tradicional Citrus Bowl, estádio foi a casa de Holanda e Bélgica naquele Mundial, abrigando inclusive a vitória belga no clássico entre eles (1×0). Nos dias de hoje, o estádio ganhou o nome de Camping World Stadium, por questão de naming rights, mas segue sendo a casa do futebol americano na região. A edição de 2016 do Citrus Bowl trouxe um massacre de LSU sobre Louisville por 29 a 9. Além disso, jogos da Copa América Centenário, em 2016, foram realizados no estádio, com destaque para a única vitória do Brasil no torneio: 7×1 sobre o Haiti. Jogos do estádio na Copa 1994: 19/6: Bélgica 1×0 Marrocos 24/6: México 2×1 Irlanda 25/6: Bélgica 1×0 Holanda 29/6: Marrocos 1×2 Holanda 4/7: Holanda 2×0 Irlanda Soldier Field – Chicago, IL Estádio lendário e casa do Chicago Bears, o Soldier Field foi o palco de abertura da Copa de 1994, marcada pelo gol inacreditável perdido pela cantora Diana Ross. Na partida, os alemães venceram a Bolívia por 1 a 0. Os germânicos jogaram mais duas partidas no estádio naquele mundial: 1 a 1 contra a Espanha e vitória por 3 a 2 sobre a Bélgica, já nas oitavas de final. Hoje, o estádio segue como casa absoluta dos Bears na NFL, mas passou por uma ampla reforma entre 2002 e 2003, sem perder as características originais. Jogos do estádio na Copa 1994: 17/6: Alemanha 1×0 Bolívia 21/6: Alemanha 1×1 Espanha 26/4: Grécia 0x4 Bulgária 27/6: Bolívia 1×3 Espanha 2/7: Alemanha 3×2 Bélgica Cotton Bowl – Dallas, TX O estádio foi a primeira casa do Dallas Cowboys, equipe mais popular da NFL, e sede do Cotton Bowl por muitos anos e tem um jogo específico na memória afetiva de todos os brasileiros: a vitória por 3 a 2 do Brasil sobre a Holanda nas quartas de final, com direito a “gol do bebê”, marcado por Bebeto, e o gol anímico de Branco, cobrando falta, já no fim da partida. Hoje, o estádio perdeu muito de seu protagonismo, principalmente após a construção do AT&T Stadium, nova casa dos Cowboys. Até o bowl feito em sua homenagem saiu do estádio em 2009 e hoje é sediado na casa de Jerry Jones e seus bluecaps. Hoje, o Cotton Bowl sedia o menos prestigiado Heart of Dallas Bowl. Jogos do estádio na Copa 1994: 17/6: Espanha 2×2 Coreia do Sul 21/6: Nigéria 3×0 Bulgária 27/6: Alemanha 3×2 Coreia do Sul 30/6: Argentina 0x2 Bulgária 3/7: Arábia Saudita 1×3 Suécia 9/7: Holanda 2×3 Brasil Foxborough Stadium – Foxborough, MA Antiga casa do New England Patriots, estádio viu momentos de genialidade de dois camisas 10 espetaculares: Diego Maradona e Roberto Baggio. Foi nos arredores de Boston que o “Diós” argentino vestiu a camisa alviceleste pelas últimas duas vezes. Contra a Grécia, um golaço e a histórica comemoração visceral em frente à câmera e contra a Nigéria, duas jogadas de puro talento para os gols de Caniggia. Pego no exame antidoping após esse jogo, a Copa acabou ali para o gênio portenho, de forma melancólica. Já Baggio, então melhor jogador do mundo, estava apagado no Mundial até os 43 do segundo tempo das oitavas de final, contra a Nigéria. Com o placar apontando 1 a 0 para os africanos, o gênio de rabo de cavalo virou a conta para a Itália, com um gol no fim do tempo normal e outro na prorrogação. Já contra a Espanha, na fase seguinte, um gol do camisa 10 aos 42 do segundo tempo, após driblar Zubizarreta, decidiu a parada. O estádio foi demolido em 2002 para dar lugar ao Gillette Stadium, casa da maioria das glórias de Tom Brady, Bill Belichick e companhia, mas teve um último ato histórico: a vitória de New England sobre o Oakland Raiders, na final da AFC daquela temporada, que levou os Pats ao Super Bowl contra o então St. Louis Rams, jogo que traria o primeiro título da dinastia mais dominante da história da NFL. Jogos do estádio na Copa 1994: 21/6: Argentina 4×0 Grécia 23/6: Bolívia 0x0 Coreia do Sul 25/6: Argentina 2×1 Nigéria 30/6: Grécia 0x2 Nigéria 5/7: Nigéria 1×2 Itália 9/7: Itália 2×1 Espanha RFK Memorial – Washington D.C. Na época da Copa, era a casa absoluta do Washington Redskins e recebeu uma invasão mexicana logo no primeiro jogo. Os “locais”, porém saíram tristes do estádio, com um gol do norueguês Rekdal nos momentos finais. Foi também na capital que saiu o gol mais espetacular daquele torneio. O saudita Saeed Al-Owairan fez uma fila de belgas para colocar seu país, estreante no torneio, nas oitavas de final. Hoje, o estádio perdeu todo seu protagonismo. Em 1996, os Redskins deixaram o campo para jogar no hoje FedEx Field. Após abrigar por dois anos o Washington Nationals, da MLB, entre 2005 e 2007, apenas o DC United, da MLS, manda jogos por lá atualmente, mas logo também sairá para jogar em uma nova casa. Jogos do estádio na Copa 1994: 19/6: Noruega 1×0 México 20/6: Holanda 2×1 Arábia Saudita 28/6: Itália 1×1 México 29/6: Bélgica 0x1 Arábia Saudita 2/7: Espanha 3×0 Suíça

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Jornalista, aprendeu a amar a NFL de forma bem curiosa: jogando videogame. Torce pelo New York Jets por identificação cultural e é fã de Paul Pierce na NBA. Não entende muito de beisebol, mas gosta dos Mets e é modinha dos Rangers na NHL.

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