Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (12), nos Estados Unidos, o diretor-executivo do Flamengo, José Boto, comentou sobre as expectativas do clube para a disputa da Copa do Mundo de Clubes da FIFA. O time estreia na próxima segunda-feira (16), enfrentando o Espérance, da Tunísia, pelo Grupo D.
Com discurso direto, Boto afirmou que o Flamengo entra na competição com a meta clara de se classificar à próxima fase. No entanto, ele fez questão de ressaltar o caráter decisivo de cada partida e o nível de equilíbrio entre os adversários, o que, segundo ele, torna o torneio ainda mais exigente.
“É óbvio que, analisando o grupo, planejamos a classificação. Mas depois é jogo a jogo. Em uma competição como essa, não dá para traçar muitos planos. Um jogo único nivela tudo. O Espérance, por exemplo, é uma equipe com um estilo difícil. O futebol africano é técnico, veloz. Ainda assim, confiamos que temos condições de passar. O mais importante é competir e aproveitar cada momento, porque essa é uma experiência única para todos nós”, destacou.
Ao abordar as diferenças entre os times sul-americanos e os europeus, Boto destacou a desigualdade financeira como fator determinante na qualidade técnica das equipes. Para ele, o desnível orçamentário impacta diretamente na formação dos elencos.
“Não é só uma intuição minha, acho que 90% das pessoas envolvidas no futebol vão ter a mesma opinião que eu. São condições financeiras muito superiores. Lembro que o Benfica, que pode ser o nosso adversário, é de uma liga periférica da Europa e tem três avançados que cada um custou mais de 20 milhões de euros”, relata.
Segundo o dirigente, essa diferença permite que os europeus reúnam os melhores talentos do mundo, o que resulta em equipes com ritmo de jogo mais intenso e preparado.
“Eles têm acesso aos melhores jogadores, aos melhores técnicos, e ainda conseguem contratá-los jovens, garantindo alto desempenho por anos. Isso eleva o nível das ligas e torna os times europeus muito mais rápidos e intensos que os sul-americanos”, completou.
Além dos aspectos técnicos e táticos, Boto fez questão de valorizar a força da torcida rubro-negra. Na noite anterior à viagem, milhares de flamenguistas lotaram o Aeroporto do Galeão no tradicional “Aero Fla”, em uma demonstração de carinho e apoio que emocionou o dirigente.
“Tenho quase 40 anos de carreira no futebol, mas nesses seis meses no Brasil vivi coisas que jamais imaginei. O que vi em São Luís e, principalmente, ontem no aeroporto, é algo que nem consigo explicar. Se eu contar na Europa, poucos vão acreditar. Estar no ônibus, cercado por tanta paixão, é um combustível poderoso. Temos a responsabilidade de representar esses torcedores com orgulho”, concluiu.
Jornalista formado pelo Centro Universitário de Belo Horizonte, com sólida atuação na cobertura esportiva mineira. Apaixonado por comunicação e pelo universo do esporte, possui experiência como comentarista, setorista, social media e redator, atuando tanto no futebol profissional quanto em clubes amadores. Entusiasta dedicado de tudo que envolve o jogo dentro das quatro linhas.
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