Sem grandes contratações na offseason, Toronto aposta em trio Barnes, Quickley e Barrett na busca por melhores resultados
O Toronto Raptors passa pela sua pior fase desde que conquistou o título da NBA em 2019. Além das saídas de Pascal Siakam, OG Anunoby e Fred VanVleet, que eram os últimos remanescentes do time campeão, a equipe sofreu com seu pior recorde em 13 anos durante 2023-24.
Sem grandes movimentações ao longo da offseason, a equipe precisará potencializar a produção de seu franchise player, Scottie Barnes, ao lado das peças que chegaram no último ano e dos jovens selecionados no Draft para sonhar com uma difícil (porém possível) classificação ao play-in do Leste.
A temporada 2023-24 dos Raptors marcou os primeiros passos do sérvio Darko Rajakovic como head coach na NBA. A estreia do treinador foi decepcionante, com a equipe tendo retrospecto de 25-57 e péssimos números em quadra, sendo a sexta pior defesa da liga (cedendo 118,8 pontos por jogo) e o décimo pior ataque (112,4) com a quarta menor eficiência do perímetro (34,7%).
Fato que contribuiu com o baixo rendimento foi a saída de jogadores já consolidados no elenco durante a temporada. Principal pontuador até então, Pascal Siakam foi trocado ao Indiana Pacers por Bruce Brown, Jordan Nwora e três escolhas de primeira rodada. Além disso, o ala O.G. Anunoby foi enviado ao New York Knicks por Immanuel Quickley, RJ Barrett e uma escolha de segunda rodada.
Sem dois de seus principais jogadores, o time engatou uma das piores sequências da NBA, vencendo apenas nove das últimas 41 partidas da temporada. O retrospecto colocou Toronto na 12ª colocação do Leste, o que rendeu a 19ª escolha geral no Draft.
Entre os prospectos disponíveis, a franquia canadense optou por um produto de Baylor, o armador Ja’Kobe Walter. O novato poderá ser lapidado para servir como uma futura solução para a ineficiência ofensiva do time, uma vez que ele possui boa capacidade para criação de chutes e é um sólido arremessador do perímetro, setor em que anotou 34,1% de aproveitamento (6.3 tentados por jogos) durante sua passagem pelo College Basketball.
Outro produto de Baylor, Davion Mitchell também foi um dos poucos reforços contratados na intertemporada. Contudo, o ex-armador do Sacramento Kings vive momento de baixa depois que registrou 11,5 pontos e 4,2 assistências em seu ano de novato. Em 2023-24, ele anotou apenas 5,3 pontos e 1,9 assistência de média em 15,3 minutos por jogo.
Entre os jogadores que permaneceram, Scottie Barnes é o grande nome da franquia para os próximos anos. Mesmo com a péssima campanha na temporada passada, o ala de 23 anos teve os melhores números de sua carreira com média de 19,9 pontos, 8,2 rebotes, 6,1 assistências, 47,5% de aproveitamento nos chutes e 34,1% do perímetro, além de ser indicado ao All-Star Game pela primeira vez.
Em sua quarta temporada no Canadá, Barnes estará motivado para liderar o quinteto titular de 2024-25 depois de assinar uma extensão recorde com a franquia. Ao seu lado, Immanuel Quickley e RJ Barrett também ganham destaque.
Barrett foi o principal pontuador dos Raptors desde que Siakam deixou a equipe. Com mais espaço, o jogador elevou suas estatísticas com relação ao apresentado nos Knicks, fechando a temporada com 21,8 pontos, 6,4 rebotes, 4,1 assistências, 55,3% nos chutes de quadra e 39,2% do perímetro em 32 partidas por Toronto.
Quickley também elevou sua produção ao chegar no Canadá. Além de seguir atuando como um bom defensor, o armador viu um crescimento em sua média de pontos (18,6) e assistências (6,8) na nova equipe.
Um outro nome de menor destaque (mas que vale a pena ficar de olho) é Gradey Dick, que deve atuar como o ala-armador titular do time após a saída de Gary Trent Jr. Escolha de primeira rodada no Draft de 2023, o jogador teve início lento em sua temporada de estreia, mas impressionou ofensivamente durante a reta final do campeonato tendo médias de 12,5 pontos e 43,7% de eficiência nos chutes após a parada para o All-Star Game.
No garrafão, Jakob Poeltl seguirá sendo o principal nome após ter 11,1 pontos, 8,6 rebotes e 1,5 toco em sua temporada de reestreia com a camisa do Toronto Raptors após passagem pelo San Antonio Spurs.
Partindo para o banco de reservas, poucos nomes impressionam. Além dos já citados Mitchell e Walter, o veterano Kelly Olynyk seguirá como uma opção de altura no elenco e, por ser uma das poucas opções de pivô no elenco, deve ocupar a posição de sexto homem.
O ala Bruce Brown também merece ser citado após anotar 9,6 pontos em 26 minutos de média na última temporada. Por outro lado, o jogador lida com lesão no joelho e pode acabar deixando a equipe antes do fim da temporada por conta de seu contrato expirante.
Sonhar com uma classificação ao play-in não será impossível para Toronto, uma vez que a competição pela nona e décima colocação da Conferência Leste não costuma exigir grandes campanhas. Além disso, equipes como Atlanta Hawks e Chicago Bulls – que ocuparam as posições no ano passado – viram jogadores importantes saírem na offseason.
Por outro lado, o baixo investimento em reforços preocupa e poucos fatores podem levam o torcedor a acreditar em uma melhora com relação ao ano passado. Barnes, Quickley e Barrett precisarão estar em um alto de nível de entrosamento para sonhar com a disputa de (milagrosa) vaga nos playoffs.
Principais chegadas: Davion Mitchell
Principais saídas: Gary Trent Jr.
Ponto forte: Juventude. Apenas sete dos jogadores da equipe com contrato possuem mais de quatro anos de experiência na liga. Erros serão comuns no curto prazo, mas cabe à comissão técnica lapidar os talentos da equipe para alcançar melhores resultados no futuro.
Ponto fraco: A defesa da equipe é um ponto a ser melhorado durante a próxima temporada.
Campanha em 23-24: 25-57 (12º lugar do Leste)
Provável quinteto: Immanuel Quickley, Gradey Dick, RJ Barrett, Scottie Barnes e Jakob Poeltl
Franchise player: Scottie Barnes
Sexto homem: Kelly Olynyk
Head coach: Darko Rajakovic
Briga por: Última vaga para o play-in
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