Equipe negociou Karl-Anthony Towns e deposita confiança total em Anthony Edwards para buscar sua primeira final de NBA
A nova temporada da NBA reserva grandes expectativas ao Minnesota Timberwolves. Isso porque, na última campanha, os Wolves conseguiram igualar o melhor desempenho da história da franquia. Depois de terminarem com 56 vitórias e 26 derrotas, chegaram até as finais da Conferência Oeste, quando foram eliminados pelo Dallas Mavericks.
Prestes a iniciar a nova caminhada, Minnesota realizou grandes mudanças em seu quinteto inicial, e vem com tudo para tentar superar o ótimo resultado recente e finalmente chegar às finais da liga.
Pela primeira vez em nove anos, o Minnesota Timberwolves não contará com Karl-Anthony Towns em seu elenco. Em uma troca surpreendente, foi negociado com o New York Knicks, onde cumprirá seu contrato de quatro anos e US$ 220,4 milhões.
Um dos jogadores favoritos da torcida em Minneapolis, Towns se transformou em um dos melhores arremessadores da história na posição de pivô, depois de ter sido selecionado pelos Wolves na primeira posição do Draft de 2015. Quatro vezes All-Star, o camisa 32 teve algumas dificuldades para encontrar o melhor entrosamento com Rudy Gobert no garrafão.
No entanto, durante a temporada passada, a dupla pareceu funcionar em sintonia, e foi parte importante da jornada nos playoffs. Minnesota optou por se desfazer do atleta, buscando um alívio financeiro para evitar multas diante dos altos valores de seu novo vínculo.
Como parte da transação, os Wolves receberam Julius Randle e Donte DiVincenzo. Aos 29 anos, Randle vem de um ano acidentado por lesões. Disputou apenas 46 jogos na temporada regular e perdeu todas as partidas da pós-temporada. De qualquer forma, recebeu uma seleção para o All-Star Game.
O ala-pivô não tem, nem de longe, a mesma eficácia de Towns nos arremessos do perímetro. Por outro lado, se desenvolveu como um bom criador de jogadas, e pode ajudar a aliviar a pressão do ataque de Minnesota, que sofreu durante a última campanha em situações de meia-quadra. O encaixe com Anthony Edwards, por outro lado, soa pouco animador.
Por incrível que pareça, quem chega cercado das melhores expectativas na troca é DiVincenzo. O ala foi parte fundamental da campanha dos Knicks, principalmente nos playoffs. Teve a melhor temporada da carreira em pontos (15,5) e aproveitamento do perímetro (40,1%), aumentando ainda mais essas médias nos playoffs, com 17,8 e 42,5% (!), respectivamente. Agrega qualidade nas bolas de três pontos a uma equipe que teve a oitava menor média de tentativas do perímetro em 2023-24.
A saída de Towns reforça a confiança do Minnesota Timberwolves em Anthony Edwards. O jovem de 23 anos se estabelece agora como a grande referência técnica e de liderança da franquia, na temporada em que começa a valer sua nova extensão máxima de cinco anos e US$ 244,6 milhões.
Dentro das quadras, Edwards justificou o investimento com desempenhos espetaculares. Conseguiu as melhores marcas da carreira em pontos (25,9), assistências (5,1) e aproveitamento de arremessos (46,1%), tornando-se peça central do ataque. Na defesa, ainda peca pela desatenção em alguns momentos, mas compensa com muito vigor físico e intensidade na marcação individual. Recebeu sua segunda seleção para o All-Star e a primeira para os times ideais da temporada.
Quem também se valorizou foi Jaden McDaniels. Um dos defensores mais completos da NBA, McDaniels é capaz de marcar jogadores de qualquer uma das cinco posições. Foi crucial ao longo da campanha, em especial, na série contra o então atual campeão Denver Nuggets. Diante da saída de Towns, o ala deve ter maior papel também no ataque, até mesmo para fazer valer a extensão assinada na última offseason.
Suas médias de pontos e aproveitamento do perímetro caíram em relação à penúltima temporada, ao passo em que figurou no segundo time ideal de defesa. McDaniels mostrou sinais de uma postura mais agressiva no ataque durante a pré-temporada, e será extremamente importante para Minnesota que ele consiga elevar seu desempenho ofensivo na próxima campanha.
Rudy Gobert foi mais um que viveu ótimos momentos. Venceu o prêmio de melhor defensor da temporada pela quarta vez em sua carreira, e se consolidou como líder da unidade pelos Wolves, especialmente pela proteção de aro. O desempenho espetacular até fez com que o alto preço pago pela franquia para adquiri-lo fosse deixado um pouco de lado. No entanto, nos playoffs, voltou a sofrer em momentos decisivos.
Contra o Dallas Mavericks, enfrentou dificuldades principalmente quando foi envolvido em jogadas de corta-luz, sendo obrigado a marcar jogadores mais habilidosos no perímetro. Protagonizou uma das jogadas épicas da pós-temporada, ao sofrer um drible de Luka Doncic e ver o esloveno acertar um arremesso de três em sua frente, para ganhar um dos jogos da série de final de conferência.
Apesar disso, o francês também pode se beneficiar com a partida de Towns, já que muitas vezes o ala-pivô parecia um pouco sem função na defesa, especialmente contra formações mais baixas dos adversários, com Gobert ocupando o garrafão.
Quem fecha o quinteto inicial é o sempre sólido Mike Conley. Entrando em sua 18ª temporada na liga, é a grande mente pensante do ataque. Suas jogadas de pick’n roll com Gobert, inclusive, ajudaram o francês a encontrar alguma utilidade no lado ofensivo. O veterano é o responsável por fazer a engrenagem funcionar nas quatro linhas, e ainda tem um arremesso confiável.
Outra peça importantíssima do time costuma vir do banco: Naz Reid. Amado pela torcida, o pivô venceu o prêmio de melhor sexto homem em 2023-24, e também pode ser listado como um facilitador da troca de Towns, já que deve ganhar ainda mais minutos a partir de agora. Reid faz de tudo um pouco e, apesar de não começar jogando, costuma estar em quadra nos minutos finais das partidas.
Também um bom valor do banco, Kyle Anderson, o ‘Slow Mo’, foi mais um a deixar os Timberwolves, acertando com o Golden State Warriors. A outra saída notável foi a do armador Monte Morris, que assinou com o Phoenix Suns.
Entre as chegadas de maior impacto, estão dois jogadores. O primeiro é o veterano Joe Ingles. Mesmo aos 37 anos, o australiano ainda é um arremessador consistente da linha de três, e agrega também experiência ao vestiário, onde reencontrará Conley e Gobert, companheiros da época de Utah Jazz. O outro é o armador Rob Dillingham, selecionado na oitava posição do Draft de 2024 após uma troca com o San Antonio Spurs.
Dillingham mostrou boas qualidades na pré-temporada, com um estilo de jogo parecido com o de Tyrese Maxey, do Philadelphia 76ers. Pode ser peça importante da rotação, junto com Nickeil Alexander-Walker. Vale a pena ficar de olho no pivô Luka Garza e no ala Josh Minott, que também foram destaque ao longo dos jogos de preparação e podem receber minutos.
Dono da melhor defesa da última temporada, o Minnesota Timberwolves deve continuar sendo uma das equipes mais indigestas aos ataques adversários. O ataque, por outro lado, foi apenas o 17° da liga. As chegadas de Randle e DiVincenzo devem ajudar neste departamento, assim como a continuidade da evolução de Edwards.
Mesmo diante do choque da saída de Towns, os Wolves seguem com um dos times mais competitivos da atualidade. Aliada ao bom trabalho do técnico Chris Finch, a qualidade do elenco é mais que suficiente para credenciar a equipe como candidata ao topo da Conferência Oeste e, porque não, ao tão sonhado título inédito da NBA.
Principais chegadas: Julius Randle, Donte DiVincenzo, Rob Dillingham e Joe Ingles
Principais saídas: Karl-Anthony Towns, Kyle Anderson e Monte Morris
Ponto forte: A defesa. Melhor da liga na última temporada, a unidade conta com grandes nomes individuais, como McDaniels e Gobert, e também um ótimo trabalho coletivo, sem pontos fracos evidentes e com reservas que mantêm o nível quando entram em quadra.
Ponto fraco: O ataque de meia-quadra. O Minnesota Timberwolves é letal nas transições, mas sofre mais do que deveria quando tem de enfrentar defesas bem postadas. A chegada de Randle pode ajudar nesse quesito.
Campanha em 23-24: 56 vitórias e 26 derrotas (3° no Oeste)
Provável quinteto: Mike Conley, Anthony Edwards, Jaden McDaniels, Julius Randle e Rudy Gobert
Franchise player: Anthony Edwards
Sexto homem: Naz Reid
Head coach: Chris Finch (quinta temporada no comando)
Briga por: Título
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