Lauri Markkanen e núcleo de jovens jogadores voltam a guiar a reconstrução do Jazz na nova temporada
Depois de disputar a pós-temporada seis vezes consecutivas entre 2017 e 2022, o Utah Jazz vive uma seca de boas campanhas com a reestruturação de seu elenco e os primeiros trabalhos da nova comissão técnica liderada por Will Hardy.
Apesar da liderança de Lauri Markkanen e de contar com um sólido banco de reservas, a equipe dona do sexto elenco mais jovem da NBA na última temporada não deve sonhar com voos altos tão cedo.
Apesar de possuir 13 anos de experiência na liga, Hardy entrará apenas em sua terceira temporada como head coach. Atualmente, ele é o segundo treinador mais jovem de toda a NBA, mas recebeu a confiança dos dirigentes do Jazz para guiar o rebuild da franquia, um fato refletido na ativação de uma extensão automática de seu contrato nesta offseason.
Em contraponto ao seu bom relacionamento com os jovens atletas do elenco, o técnico não liderou resultados satisfatórios em quadra. Utah terminou com a 12ª colocação do Oeste na temporada 2023-24 tendo campanha de 31-51 e apresentando a segunda pior defesa do campeonato em pontos cedidos (120,5 por jogo). O ataque também não foi dos melhores, com o time tendo a maior média de turnovers (15) da liga e 11ª melhor marca de pontos (115,7).
No Draft, a equipe adquiriu a décima e a 29ª escolha da primeira rodada e realizou um dos melhores trabalhos do evento. A primeira seleção foi o ala Cody Williams, de Colorado, que é irmão de Jalen Williams, do Oklahoma City Thunder. O jogador poderá ocupar uma posição que conta com poucas opções no elenco de Utah depois de fechar sua carreira no College Basketball com 11,9 pontos e 55,2% de aproveitamento em quadra, além de boas demonstrações na defesa.
O armador Isaiah Collier, de USC, também teve seu nome chamado por Utah. Dono de um físico excelente para a posição (1,92 metros de altura e 1,94 de envergadura), o jogador se destacou como um bom pontuador tendo 16,3 pontos e 49% de eficiência nos arremessos durante a última temporada do basquete universitário. O novato terá muito o que desenvolver na defesa e no perímetro (onde marcou 33,8% dos chutes), mas é uma grande promessa.
Para completar o Draft com chave de ouro, a franquia ainda conseguiu selecionar o ala-pivô Kyle Filipowski. Cotado para ser escolhido no primeiro dia, o produto de Duke de 2,13 metros caiu para a segunda rodada e foi escolhido por Utah. O bom controle de bola e a versatilidade no ataque se destacam como qualidades do novato, que teve 16,4 pontos e 50,5% de aproveitamento em sua última temporada no basquete universitário.
No mercado de agentes livres, o Jazz trouxe o veterano de 36 anos Patty Mills como seu principal reforço após as saídas de Talen Horton-Tucker e Kris Dunn. Apesar de experiente, o armador teve dificuldades nas últimas temporadas e, somadas suas passagens por Miami Heat e Atlanta Falcons em 2023-24, ele jogou apenas 32 partidas e anotou médias de 5,8 pontos e 20,8% de eficiência no perímetro (4,1 chutes por jogo). Por outro lado, o atleta teve boa participação nas Olimpíadas de 2024 com 16,5 pontos por jogo pela seleção da Austrália.
Ainda na offseason, a equipe lutou contra os rumores de troca e manteve Lauri Markkanen, que seguirá sendo o principal jogador do elenco. Na última temporada, o vencedor do prêmio de Jogador que Mais Evoluiu de 2023 liderou a equipe em pontos (23,2) e foi o segundo melhor em rebotes (8,2), além de aproveitamentos de 48% em quadra e 39,9% na linha de três.
Collin Sexton também deve assumir um papel ainda maior no time durante a próxima temporada. O ala-armador engatou uma excelente sequência de partidas na reta final de 2023 com 20,8 pontos e 5,8 assistências por jogo. Nos 58 jogos que sucederam a promoção do atleta ao time titular, o Jazz saltou para a oitava posição entre os melhores ataques da liga.
Do lado defensivo, as poucas adições na offseason dificilmente ajudarão o time a atingir melhores atuações contra os ataques adversários. Contudo, o garrafão continuará como uma das poucas qualidades da unidade ao longo do ano com as lideranças de John Collins e Walker Kessler.
Na última temporada, Collins anotou 8,5 rebotes por jogo (sendo 2,3 ofensivos) e 0,9 toco. Enquanto isso, Kessler, que lidou com lesão no ombro no início do campeonato, acabou sendo o vice-líder de bloqueios da liga com 2,4 por jogo, além de 7,5 rebotes de média.
Unindo tantos talentos jovens, Utah conta com um sólido banco de reservas. A segunda unidade da equipe anotou a segunda melhor marca ofensiva da última temporada (43,5 pontos por jogo) e as primeiras em assistências (11,8) e minutos (20,3). Clarkson foi o destaque do grupo com 17,4 pontos de média (segunda melhor marca do time).
É evidente que o Jazz possui uma janela grande para desenvolvimento de seus jogadores ao passo que o imediatismo não está na estratégia da direção da franquia. No curto prazo, a liderança de Lauri Markkanen e o banco de reservas serão os pontos-chave que definirão o andamento da campanha de 2024-25.
Acredito, no entanto, que os reforços adicionados na última intertemporada não serão suficientes para corrigir as principais fraquezas da equipe e, por isso, uma classificação com as últimas vagas no play-in deve ser o teto de Utah para o próximo campeonato.
Principais chegadas: Patty Mills e Drew Eubanks
Principais saídas: Talen Horton-Tucker e Kris Dunn
Ponto forte: O Jazz possui jovens talentosos, como Keyonte George e Walker Kessler, que já dão sinais de que poderão elevar o nível da franquia nos próximos anos. Ainda, o banco de reservas também adiciona muita qualidade ao elenco.
Ponto fraco: A defesa da equipe é o principal ponto a ser melhorado no próximo ano. Na disputada Conferência Oeste, um time com poucas soluções para frear o ataque adversário dificilmente conseguirá boas posições na tabela.
Campanha em 23-24: 31 vitórias e 51 derrotas (12° do Oeste)
Provável quinteto: Keyonte George, Collin Sexton, Lauri Markkanen, Taylor Hendricks e John Collins
Franchise player: Lauri Markkanen
Sexto homem: Jordan Clarkson
Head coach: Will Hardy
Briga por: Últimas vagas no Play-In