Ex-treinador deve se encontrar com Gary Bettman. Ele está fora da liga desde 2021, quando caso de abuso sexual nos Blackhawks veio à tona
Afastado da NHL, Joel Quenneville deve se reunir com o comissário Gary Bettman após a Stanley Cup para “rever seu status” junto à liga. A informação foi dada por Dan Dreger, da TSN, nesta sexta-feira (19). O técnico está inativo desde 2021, quando o escândalo de assédio sexual envolvendo o time de 2010 do Chicago Blackhawks veio à tona.
Quenneville era head coach dos Blackhawks na ocasião e, embora nunca tenha sido oficialmente suspenso, teve seu retorno condicionado a uma avaliação e aprovação da liga.
Três vezes campeão da Stanley Cup com o Chicago Blackhawks, em 2010, 2013 e 2015, Quenneville é o segundo técnico com mais vitórias na história da NHL, com 969. Apesar do currículo, ele segue desempregado desde 2021, quando pediu demissão do Florida Panthers, após as revelações de Kyle Beach, ex-jogador da organização Blackhawks, que foi vítima de assédio por parte de Brad Aldrich, analista de vídeo do clube.
Em maio do ano passado, cerca de um ano após o caso se tornar público, Bettman disse que não havia tido contato com Quenneville desde então e que, caso o ex-treinador desejasse retomar sua carreira, precisaria consultá-lo.
De acordo com Dreger, Stan Bowman, gerente geral de Chicago na época do escândalo, foi procurado por alguns times nesta temporada. Ele também precisará de um aval de Bettman para voltar à liga.
O infame caso de assédio no Chicago Blackhawks ocorreu em 2010. Dois jovens prospectos, um deles, Kyle Beach, acusaram Brad Alrich de tentativa de abuso, ameaça de agressão e tortura psicológica.
Ao final da temporada, Aldrich foi desligado da franquia, mas nenhuma acusação formal foi feita e ele seguiu trabalhando no esporte. Ele acabou sofrendo novas acusações de assédio em equipes universitárias e colegiais e foi eventualmente condenado pela justiça.
O escândalo só se tornou público em maio de 2021, quando Beach e o colega anônimo entraram com ações contra a organização. Uma investigação concluiu que Joel Quenneville, o então-gerente geral Stan Bowman e a presidência da franquia sabiam do acontecido, mas decidiram não formalizar a denúncia para que a campanha do time rumo à Stanley Cup não fosse prejudicada.
Após a denúncia formal, Bowman, já promovido a presidente de operações, e o vice-presidente Al MacIsaac, que ainda eram membros da organização, foram demitidos. Quenneville havia deixado o clube em 2018 e estava com o Florida Panthers desde 2019.
Kyle Beach, a vítimaKyle Beach era considerado um prospecto de alto rendimento. Ele foi selecionado pelo próprio Chicago Blackhawks no Draft de 2008, na 11ª escolha geral, mas nunca chegou a jogar oficialmente na NHL.
Na época da denúncia, Beach era jogador do Rockford Ice Hogs, filiado aos Blackhawks na American Hockey League. O atacante só se juntava ao elenco de Chicago para training camps, jogos de pré-temporada e afins.
Beach seguiu com os Ice Hogs até 2014 e nunca teve oportunidade nos Blackhawks. Ele passou por outras equipes da AHL e ECHL, jogou a maior parte da carreira na Europa e se aposentou em 2022.
Fotos: NHL.com
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