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12 de abril de 2023 - 19h04

Giannis Antetokounmpo revela que quase se aposentou da NBA em 2020

Essa revelação surpreendente veio depois dele ter assinado uma extensão de cinco anos com os Bucks

É difícil imaginar a NBA nos dias de hoje sem Giannis Antetokounmpo, mas isso quase se tornou realidade em 2020 quando o astro do Milwaukee Bucks cogitou se aposentar do basquete.

Ele deu essa revelação bombástica em entrevista recente a Lori Nickel, do Milwaukee Journal Sentinel, que pensou em lagar tudo por conta da pressão, o que acabou afetando sua saúde mental.

“Em 2020, eu estava pronto para me retirar do jogo”, disse Antetokoumpo. A quase aposentadoria veio uma semana antes do início daquela temporada, após Antetokoummpo ter assinado uma extensão de cinco anos e US$ 228 milhões. O maior contrato da história da NBA no período. Ele chegou até a ter uma conversa sobre o o assunto com o front office da franquia.

“Todos, não importa onde estou, todo mundo me observa”, desabafou o grego.

Antetokonmpo se lembra de ter caminhado por um hotel em Orlando e ouvido os cometários de uma mulher. “Esse é o melhor jogador do mundo”, disse ela, ao que pareciam ser seus netos.

“É muito bom ouvir isso, mas é muita pressão. Passar por isso…para você ser o melhor, você tem que jogar como o melhor. Você tem que se comportar como o melhor. O que não é facil”, disse o ala-pivô. “Por mais que as pessoas digam que estou lidando bem com isso, porque essa é a minha personalidade…é difícil”.

As pessoas o viam como maluco por querer deixar tudo de lado. “Você acaba de assinar o maior contrato da história e quer sair do jogo. E todo esse dinheiro, faz o quê?”

“Cara, você pode enfiar esse dinheiro no c*”.

Mesmo com todo esse dinheiro, Giannis Antetokounmpo explicou que estava sentindo o peso de sua rápida ascensão ao posto de astro, juntamente com efeitos pessoas que uma pandemia mundial e questões de justiça social tiveram sobre ele.

Naquela temporada, a NBA terminou o campeonato dentro de uma bolha sanitária criada na Disney e ainda o Estados Unidos estavam passando por um momento de conturbadas tensões sociais em vários estados do país, inclusive em Milwaukee. Diante desse cenário, Antetokounmpo que iniciou um tratamento terapeutico para melhorar sua saúde mental.

“Eu dei uma chance. Comecei a conversar com alguém, que me ajudou a apreciar todas as coisas que tenho, que vem com ser o que sou. Para estar bem comigo mesmo. Para – não importa qual seja o resultado do jogo – entender que não posso controlar isso. Eu só posso controlar meu esforço. O quanto eu trabalho. Como eu faço as pessoas se sentirem ao meu redor. Como tento, esperançosamente, inspirar as pessoas com o que eu faço. Então, comecei a assistir muitos documentários: de Michael Phelps, Naomi Osaka. Eu assisti Breaking Point, série de tênis da Netflix. E, então, vejo que muitas pessoas estão lidando com isso.”

“Eu me importo com a felicidade, sou uma pessoa alegre. Meu pai não tinha nada, mas tinha eu e meus irmãos. Ele era a pessoa mais rica do mundo porque tinha seus filhos. Ele tinha uma linda família. (…) E se, minha mente, e se eu, não estiver em um bom lugar? Como posso deixar minha família? Sabe, não posso deixar a minha família. Então, sabe, e aí que percebo que, talvez, precise falar com alguém”.

Giannis Antetokounmpo não foi o primeiro astro da liga a expor publicamente sobre problemas com a saúde mental, o astro do Chicago Bulls, DeMar DeRozan, e o veterano do Miami Heat, Kevin Love, também já falaram sobre o problema.

Sua experiência com a terapia o levou ao propósito de sua fundação, a “Charles Antetokounmpo Family Foundation”, que foi criada para homenagear seu falecido pai.

A missão do CAFF é “ajudar os refugiados e imigrantes, com apoio à melhoria das condições de vida e abertura de caminhos para a autossuficiência; para ajudar jovens, eliminado as persistentes lacunas de oportunidades enfrentadas por eles em todo mundo; para melhor o mundo do esporte, capacitando os jogadores para expandir as possibilidades para si e suas comunidades; e atender às necessidades vitais, como alimentação e abrigo, atendendo às necessidades básicas que tornam essas conquistas possíveis”.

A saúde mental quase levou a Antetokounmpo a se retirar do esporte que ama, e agora é parte crucial de sua fundação.

“Sinto que muitas pessoas lidam com isso, mas não estão dispostas a falar sobre isso”, disse ele. “Eles não estão dispostos a melhorar, porque esse estigma está por trás disso. … No momento em que comecei a falar sobre isso, melhorei como jogador de basquete. Porque estou bem com o resultado. Estou bem comigo mesmo. Posso largar tudo na quadra e voltar para minha família. E eu conversei com Kevin Love e disse a ele como ele me inspirou a me abrir e me ajudou a melhorar e ele estava literalmente chorando quando eu disse isso a ele. Ele nunca imaginou que seria aquele que me ajudaria a descobrir uma maneira de lidar com tudo isso. E então tentei ajudar o máximo de pessoas que pude”.

Desde então, o ‘Greek Freak’ liderou os Bucks ao seu primeiro título da NBA desde 1971, em 2021, e levou a franquia a uma semifinal de conferência no ano seguinte. Nesta temporada, mais uma vez o Milwaukee Bucks chega como um dos favoritos ao título ao terminar a temporada com a melhor campanha da liga, 58-24.

Giannis Antetokounmpo teve uma das melhores temporadas estatisticamente de sua carreira, com médias de 31,1 pontos, 11,8 rebotes e 5,7 assistências em 63 jogos tendo um aproveitamento de 55,3% dos chutes de quadra e 27,5% do perímetro.

A estrela dos Bucks está na briga pelo seu terceiro MVP, junto com o pivô do Philadelphia 76ers, Joel Embiid, e o atual duas vezes detentor do título, Nikola Jokic, do Denver Nuggets.

Os Bucks e os fãs da NBA, claro, estão gratos por Antetokounnmpo ter optado por continuar a desfilar o seu talento pelas quadras, e se Milwaukee levar outro título em 2023, os elogios e apreço pelo camisa 34 provavelmente antigirão outro nível.

Foto:Reprodução Twitter/Milwaukee Bucks

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